PT abre processo contra Luciano Duque após apoio a Armando

Prefeito de Serra Talhada e aliado da vereadora Marília Arraes (PT) pode ser expulso do partido, caso a legenda julgue que houve infidelidade partidária

Portal OP9

Armando ganhou apoio do prefeito Luciano Duque porque foi contrário 
ao impeachment de Dilma. -  Foto: Leo Caldas/Divulgação

Horas após o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), abrir dissidência no PT e declarar apoio à candidatura ao Governo do Estado do senador Armando Monteiro (PTB), o diretório estadual do partido abriu nesta segunda-feira (03) um processo disciplinar contra ele. Caso o partido julgue que houve infidelidade partidária, o prefeito pode ser expulso da legenda. Luciano é uma das principais lideranças petistas do Sertão e crítico da aliança com o governador Paulo Câmara (PSB).

De acordo com Comissão Executiva do PT, Luciano desrespeitou as cláusulas do partido que exigem respeito às decisões colegiadas da sigla ao declarar voto ao adversário sem debater e sequer informar previamente à Direção Estadual. “Para a nossa surpresa, no dia de hoje, o prefeito de Serra Talhada anunciou o seu apoio à chapa cujos líderes adotaram posições claras e asseguraram os seus votos para a aprovação de todas as medidas propostas por Michel Temer, de forte conteúdo anti-povo e contra a soberania brasileira”, destacou a agremiação em comunicado oficial.

Luciano Duque anunciou apoio a Armando em um ato no auditório de um hotel na Zona Sul do Recife, nesta segunda-feira (03). A iniciativa dele mostra a falta de adesão da militância do PT à campanha de reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). De acordo com Duque, a boa política deve estar acima dos acordos feitos pelas cúpulas partidárias.

O PT e PSB selaram aliança, após decisão da Nacional que rifou a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT), mesmo após o diretório estadual da sigla ter votado, por unanimidade, pela postulação de Marília. Com a união, o PT indicou o senador Humberto Costa na segunda vaga ao Senado, na chapa de Paulo. O movimento teria tido o aval do ex-presidente Lula (PT) como estratégia para isolar a candidatura ao Planalto de Ciro Gomes (PDT). Ao ceder em alguns estados para o PSB, o PT evitou que o partido caísse de bandeja nas mãos do pedetista.

“Primeiramente, fora Paulo. Votamos em Armando em 2014 e repetiremos o voto em 2018. Aprendi a boa política, acima dos acordos feitos pelas cúpulas partidárias. Armando desceu a rampa do Palácio do Planalto com a presidente Dilma. Os mesmos que chamaram o nosso presidente Lula de chefe de quadrilha e que clamaram pela sua prisão agora gritam ‘Lula livre’”, afirmou Duque em ato no auditório de um hotel na Zona Sul do Recife, nesta segunda-feira (03).

Segundo ele, o apoio a Armando se deve ao fato de que o senador foi contrário ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e fez a defesa do governo como Ministro de Comércio Exterior. “Não estou mudando a história. O PSB é que quer essa cortina de fumaça para fugir das discussões sobre os problemas de Pernambuco”, enfatizou o prefeito.

O PT argumentou, no entanto, que a aliança com o PSB objetiva recompor a aliança histórica dos partidos de centro-esquerda para derrotar a agenda que teria motivado o impeachment de Dilma, em 2016, além de restaurar a democracia e ampliar o conjunto das forças políticas, sociais e partidárias, em defesa da luta contra a perseguição política e judiciária ao ex-presidente Lula.

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