'Se Eduardo estivesse vivo seria presidente e não passaria por isso', diz secretário

Evaldo Costa exaltou Eduardo e disse que ele precisaria do direito de ampla defesa

A denúncia foi apresentada em outubro de 2016, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antecessor de Dodge no cargo
Foto: Acervo/JC Imagem

JC Online
Com informações da Rádio Jornal

Após a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, declarar que o ex-governador Eduardo Campos não foi denunciado porque "faleceu, extinguindo-se sua punibilidade”, o Secretário de Comunicação Institucional do Governo de Pernambuco, Evaldo Costa (PSB), saiu em defesa do ex-governador e rebateu a declaração na manhã desta terça-feira (8) em entrevista ao programa Super Manhã, da Rádio Jornal. Ele afirmou que tinha certeza que se Eduardo estivesse vivo ele não estaria passando pela situação que a procuradora afirmou. "Eu tenho convicção plena, que se Eduardo estivesse vivo hoje, ele seria presidente do Brasil e não passaria por isso", contou o jornalista. 

O secretário exaltou Eduardo Campos creditando a ele a transformação da economia e da história de Pernambuco. Para ele, Campos precisaria do amplo direito de se defender. "O que foi declarado por Raquel Dodge é uma mera presunção", afirmou Evaldo.

Quando perguntado sobre as denúncias contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Evaldo afirmou que podia comentar sobre o assunto e que o político 'está aí para se defender'. 

Entenda a declaração

A declaração realizada faz parte de um memorial apresentado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para reforçar a denúncia contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Fachin decidiu nessa segunda-feira (7) encaminhar o inquérito contra o agora emedebista para a 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.

“A corrupção de Fernando de Souza Coelho está estreitamente vinculada à corrupção do ex-governador pernambucano. Uma está estreitamente imbricada com a outra”, acusa o documento. Além de FBC, são investigados os empresários Aldo Guedes, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, comprador do avião usado por Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014. Ambos são apontados como operadores do suposto esquema.

A denúncia foi apresentada em outubro de 2016, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antecessor de Dodge no cargo. As investigações começaram com base nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O Ministério Público Federal (MPF) acusa Fernando Bezerra Coelho de ter recebido pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa entre 2010 e 2011, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, no governo Eduardo Campos.

Para o MPF, parte do dinheiro foi entregue como doação eleitoral na campanha do socialista à reeleição em Pernambuco, em 2010.

Para Raquel Dodge, o suposto esquema vai além dos fatos investigados. “A atuação criminosa não se limitou aos fatos ora imputados aos denunciados. Os fatos tratados no caso revelam que existia, no Estado de Pernambuco, um grupo de pessoas e empresas responsáveis pela intermediação, pelo recebimento e pelo repasse, de forma oculta e disfarçada, de vantagens indevidas destinadas a Eduardo Campos, inclusive solicitadas, com vontade livre e consciente e unidade de desígnios com Eduardo Campos, por Fernando Bezerra de Souza Coelho, principalmente para fins de financiamento ilícito de campanhas eleitorais”, afirma.

Defesa

Por meio de nota, FBC diz que apesar "da determinação do ministro Edson Fachin em remeter os autos à 13ª Vara Federal de Curitiba, é necessário atentar que os fatos narrados no inquérito não guardam qualquer relação que leve à Justiça Federal do Paraná e os precedentes da 2ª Turma são exatamente contrários à decisão. É importante destacar, ainda, que a denúncia contra o senador não foi sequer recebida, havendo empate entre os ministros, com dois votos contrários. Pela jurisprudência, esta situação pesa a favor do parlamentar. A defesa do senador tomará as medidas cabíveis, com a certeza de que prevalecerá a rejeição da denúncia, qualquer que seja o grau de jurisdição competente".

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