Câmara dos Deputados aprova urgência de projeto que reajusta salário de ministros do STF

RANIER BRAGON
FOLHA DE SÃO PAULO

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (3) a tramitação em regime de urgência de dois projetos com impacto nos cofres públicos –o reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, com efeito cascata no Judiciário, e o reajuste salarial e reestruturação da carreira do Ministério Público da União.

As urgências foram aprovadas por 399 votos a 20 e 433 votos a 8, respectivamente.

A medida se soma à aprovação, na semana passada, da tramitação em regime de urgência do reajuste dos servidores do Judiciário Federal, com elevação nos contracheques de 41% até 2019.

Não há data para votação dos projetos. Segundo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), isso só deve ocorrer após a confirmação do afastamento de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer (PMDB) na Presidência da República.

O projeto de elevação dos salários dos ministros do STF, que é o teto do funcionalismo público, estabelece que os contracheques subirão dos atuais R$ 33.763 para R$ 39.293, a contar de março deste ano.

Segundo a justificativa do projeto, de autoria do STF, o reajuste no salário dos ministros acumulou 37,8% de 2006 até o ano passado, contra inflação de 69,6%. O impacto previsto da medida é de R$ 717 milhões ao ano.

Além do efeito cascata no Judiciário, o teto do funcionalismo tende a ter efeito na cúpula dos outros poderes. Os salários de deputados e senadores são, hoje, iguais aos dos ministros do STF.

Já o projeto do Ministério Público, de 2009, não traz projeção atualizada do impacto.

No caso do projeto de reajuste do salário dos servidores do Judiciário, o cálculo é de R$ 6,9 bilhões de gasto extra nos próximos quatro anos. Esse texto foi negociado pelo governo e o Judiciário como opção ao reajuste de até 78% –índice vetado pela presidente Dilma Rousseff.

Deputados criticaram as decisões desta terça, entre eles o tucano Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), para quem a Câmara, em um momento de profunda crise política e econômica, privilegia mais ainda a elite salarial do país. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

Multinacional portuguesa Politejo vai instalar nova fábrica em Pernambuco

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia