Fracassa a greve dos caminhoneiros com pautas pró-golpismo prevista para esta quinta (4)
Não foi dessa vez
Até a publicação desta reportagem, nenhuma paralisação foi registrada nas rodovias do país
São Paulo (SP)
Redação Brasil de Fato

Tentativa de mobilização dos caminhoneiros fracassou e paralisação não foi registrada em nenhuma rodovia| Crédito: Thomaz Silva/Agência Brasil
A greve dos caminhoneiros indicada por algumas lideranças da categoria para esta quinta-feira (4) fracassou. Até o momento, nenhuma paralisação foi registrada nas rodovias do país.
Durante a semana, Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, e Sebastião Coelho, desembargador aposentado que ofereceu apoio jurídico à paralisação, se reuniram e indicaram a possibilidade de greve.
O movimento reivindica melhorias para os caminhoneiros, como aposentadoria especial, reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e estabilidade contratual. No entanto, entre as reivindicações apareceram demandas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso após ser condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Sebastião Coelho, inclusive, chegou a ser detido em março deste ano após provocar um tumulto durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados, hoje todos condenados, pela trama golpista. Ele também é investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por supostamente incitar atos golpistas.
Wallace Landim, conhecido como Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), afirmou que a organização não compactua com os movimentos pela greve.
A gente fez um monitoramento e, “até agora, está muito tranquilo. A gente não concorda com essa questão de usar os caminhoneiros. Por mais que seja uma pauta do transporte, é um movimento velado para defender o ex-presidente. A gente não compactua”, disse ao Brasil de Fato.
Em nota, a Confederação dos Transportadores Autônomos de Cargas (Conftac) afirmou que “nem a entidade, nem suas federações ou sindicatos filiados participaram de qualquer reunião relacionada a uma possível paralisação de rodovias prevista para o dia 4 de dezembro”.
“A Conftac reforça que todas as suas decisões e posicionamentos institucionais são construídos exclusivamente no âmbito do Fórum Nacional do Transporte, espaço legítimo de diálogo, deliberação e representação dos transportadores autônomos de cargas no país”, disse em nota.
“A entidade reafirma seu compromisso com a transparência, a responsabilidade e a defesa dos interesses da categoria, mantendo-se sempre aberta ao diálogo sobre temas que impactam o transporte e a logística nacional”, concluiu.
O Brasil de Fato procurou a Polícia Rodoviária Federal para saber sobre eventuais bloqueios de trechos de rodovias pelo país, mas, até o momento, não houve retorno. Ao Metrópoles, a PRF enviou a seguinte nota: “Conforme o Artigo 95 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), nenhum evento que possa perturbar ou interromper a livre circulação de veículos e pedestres pode ser iniciado sem permissão prévia da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via.”
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