Novembro Azul é mês mundial de combate ao câncer de próstata

São estimados 65.840 novos casos em 2022, correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Um em cada sete homens terá câncer de próstata ao longo da vida


Novembro é o mês mundial de combate ao câncer de próstata, tumor que é o segundo mais comum entre a população masculina. De acordo com o Ministério da Saúde, diariamente 42 homens morrem com a doença, e, aproximadamente, 3 milhões convivem com a condição. Segundo o médico urologista e professor da UFPE Luiz Henrique Araújo, deve-se ter atenção aos fatores de risco.

“Normalmente, a doença acomete pacientes, em média, entre 60 e 70 anos, mas temos visto muitos casos em pessoas jovens, abaixo dos 50 anos. Isso acontece com quem tem parentes de primeiro grau que também tiveram ou têm câncer de próstata, principalmente com menos de 65 anos de idade. Isso aumenta o risco em quase cinco ou oito vezes. Além da idade e hereditariedade, a raça negra também tem uma maior incidência”, explicou o especialista.

Por isso, para diminuir a mortalidade pela doença e ter maior chance de sucesso no tratamento, o diagnóstico precoce, além da prevenção, podem ajudar a salvar vidas. Nas fases iniciais da doença, não há sintomas relacionados ao câncer. Contudo, deve-se prestar atenção aos sintomas, que podem estar associados à doença avançada. Dor óssea, perda de peso, incômodo ao urinar e presença de sangue na urina ou sêmen são os principais sinais do câncer de próstata em fases avançadas.

A prevenção também é possível e, para isso, são necessárias ações na rotina e cuidado com a saúde. “Um estilo de vida saudável, com dieta rica em legumes e frutas, e não consumir alimentos processados, açúcar e muita carne vermelha, além da prática de exercícios físicos de no mínimo 30 minutos por dia são medidas efetivas contra o câncer de próstata. Já quem tem fator de risco, como hereditariedade, é necessário sempre fazer o rastreamento a partir dos 40-45 anos de idade, enquanto que na população geral, deve-se iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos”, salientou Luiz Henrique Araújo.

Mesmo na ausência de sintomas, os homens a partir dos 50 anos, sem fatores de risco, devem frequentar o urologista e realizar o exame do toque retal, em que o médico sente a glândula e pode diagnosticar se existe alguma alteração, como endurecimento ou nódulos. Em 20% dos casos de câncer de próstata há alteração no toque, daí a importância de realizá-lo sempre.

O tratamento para o câncer de próstata irá depender do estágio do tumor e histórico do paciente. Mas as intervenções cirúrgicas estão cada vez mais seguras e desenvolvidas. “Houve muito avanço com o incremento da cirurgia robótica. Ela trouxe vantagens como segurança, precisão, menor chance de sangramento e qualidade na recuperação, otimizando resultados funcionais de incontinência urinária e disfunção erétil”, pontuou o urologista e especialista em cirurgia robótica.

Luiz Henrique Araújo cita alguns exames que fazem uso de modernas tecnologias e facilitam a detecção da doença. A ressonância multiparamétrica da próstata e o uso de medicina nuclear, através de marcadores de radionuclídeos, como o PET-CT scan com PSMA, possibilitam um maior rastreamento e identificam possíveis metástases; assim como o marcadores moleculares, como o PCA3, o painel de Kalikreinas, entre outros.

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