Tebet comemora incorporação de sugestões no programa de governo de Lula

Terceira colocada no pleito, senadora comemora a incorporação de suas sugestões ao programa de governo do petista e diz que ajudará no que for necessário. Ex-presidente deixa em aberto eventual cargo para a emedebista, se eleito

VC Victor Correia
Correio Braziliense

(crédito: Nelson Almeida / AFP )

Terceira colocada nas eleições, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) anunciou, ontem, "total apoio" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro (PL). A parlamentar enfatizou que estará "onde a campanha precisar". As declarações foram dadas em reunião com o petista.

"Fica aqui o compromisso, não apenas do meu voto, mas do meu total apoio à sua campanha e ao seu governo", declarou Tebet, após a incorporação de todas as suas sugestões ao programa de governo do ex-presidente. Foi a primeira vez que os dois se encontraram publicamente, fora dos debates. Ambos negaram negociação de cargos em uma eventual gestão.

Na quarta-feira, ao declarar formalmente seu apoio a Lula no segundo turno, Tebet pediu a inclusão de medidas no programa de governo do petista: zerar filas na educação para crianças entre 3 e 5 anos, implantar um ensino médio técnico e pagar uma poupança de R$ 5 mil para alunos que terminarem a educação básica; zerar filas de cirurgias, consultas e exames no Sistema Único de Saúde (SUS); resolver o endividamento das famílias, perdoando dívidas das mais pobres; sancionar uma lei que garanta salários iguais para homens e mulher com o mesmo cargo; e formar uma equipe plural de ministros, com homens, mulheres e negros.

"O presidente Lula acaba de receber e incorporar todas as sugestões que fizemos no nosso programa de governo ao seu programa de governo", anunciou a senadora na coletiva. "Este não era um encontro agendado pela história, mas, sem dúvida nenhuma, é exigido por ela. Temos diferenças políticas, econômicas, mas que são infinitamente menores do que o que nos une", acrescentou.

A emedebista ressaltou que o país precisa ser reconstruído, a partir de 2023, e atacou a gestão de Jair Bolsonaro, especialmente em relação à pandemia. "Quando (Lula) falou da insensibilidade do presidente da República, eu estava lá. Eu vi o presidente negar vacina, negar vida para milhares de brasileiros. Eu vi a tentativa de um governo de, através da dor, tentar extrair vantagem ilícita em uma tentativa de esquema de corrupção de compra de vacinas superfaturadas", acusou a senadora, que se projetou, justamente, durante a CPI da Covid, no ano passado.

Lula, por sua vez, elogiou a atuação de Tebet no período eleitoral. "Queria dizer sobre a grandeza da sua participação nas eleições. Não era previsível, na lógica dos estudiosos da política, que aparecesse uma mulher, lá do Mato Grosso do Sul, se colocando como candidata a presidente da República que tivesse a marca tão profunda da seriedade, da responsabilidade e do preparo que você teve", discursou.

O ex-presidente garantiu à senadora que suas sugestões serão colocadas em prática e que o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, avaliou o volume de propostas como "totalmente assimilável" ao documento construído pela coligação do petista. "Eu espero que você esteja junto para ajudar a executar cada uma dessas coisas que propõe", acrescentou Lula.

Após os discursos iniciais, Lula e Tebet abriram espaço para perguntas dos jornalistas. Eles foram questionados sobre como será a participação da parlamentar na campanha até o dia 30, data do segundo turno. "Ela vai participar do jeito que ela quiser. Primeiro, uma parte da campanha será na televisão, e outra parte será na rua", respondeu o presidenciável. Ele disse que pretende visitar Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e os estados onde ainda há disputa para o governo estadual.

Já Tebet afirmou que sua atuação na campanha começou ainda ontem, ao aparecer em uma propaganda eleitoral de Lula veiculada na tevê e no rádio. "Eu vou estar onde a campanha precisar. (...) Eu vou estar nas ruas, nas praças, nos comícios. Estaremos especialmente nos palanques regionais, onde temos, obviamente, candidatos aos governos estaduais em comum", explicou a emedebista.

Já sobre eventual participação da emedebista em seu governo, caso eleito, Lula disse que isso será debatido após o pleito. "Eu primeiro preciso ganhar as eleições para depois discutir a composição do governo. Isso não é um negócio, isso é uma ação programática", frisou o petista, referindo-se ao encontro com Tebet. "Depois que a gente ganhar, a gente vai sentar à mesa e discutir como montar uma equipe para dar vazão àquilo que são as nossas propostas", acrescentou.

Fernando Henrique

Lula se encontrou, ontem, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na casa do tucano. A visita foi fechada. Nas redes sociais, o petista postou uma foto dos dois com a frase: "Um reencontro democrático com FHC".

Na quarta-feira, Fernando Henrique Cardoso anunciou apoio ao petista, também por meio das redes sociais. Ele publicou duas fotos em que aparece com o candidato ao Planalto e escreveu: "Neste segundo turno, voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva".

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