União Brasil quer presidir comissões e controlar Orçamento no Congresso

Agora, o movimento é para controlar comissões estratégicas e a elaboração do Orçamento de 2023 - que vai ser executado por quem for eleito em outubro -, sem precisar ficar a reboque do Centrão

AE Agência Estado

(crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Com uma verba de quase R$ 1 bilhão neste ano eleitoral, o partido União Brasil, formado a partir da fusão entre o PSL e o DEM, se articula para ampliar o poder no Congresso. Agora, o movimento é para controlar comissões estratégicas e a elaboração do Orçamento de 2023 - que vai ser executado por quem for eleito em outubro -, sem precisar ficar a reboque do Centrão, bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar, na terça-feira, o casamento que resultou no maior partido do País, o União Brasil promete brigar para presidir a Comissão Mista de Orçamento (CMO), a mais cobiçada do Congresso, e outros colegiados da Câmara, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mesmo com o desembarque de aliados do presidente Jair Bolsonaro abrigados no PSL, a cúpula da nova legenda avalia que poderá ter pelo menos 70 deputados e seis senadores.

É pela CMO que passa a votação de verbas que ficam nas mãos do Executivo, além das emendas parlamentares. Como a tradição é que o maior partido fique com a presidência do colegiado, a ser instalado em março, o União Brasil sai na frente. Na prática, porém, as negociações para a votação do Orçamento devem se intensificar somente após as eleições de outubro, e já serão feitas com a equipe do presidente da República eleito.

Disputa

Na Câmara, o União Brasil abriu uma disputa pelo controle da CCJ com bolsonaristas que vão deixar o partido. Bolsonaro quer emplacar Major Vitor Hugo (PSL-GO) no comando da comissão, mas o deputado deve acompanhar o presidente e migrar para o PL, o que já provoca divergências.

"A regra é clara: a maior bancada tem direito de escolha na comissão. Por isso, o que era do PSL automaticamente fica para a gente", disse o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), cotado para liderar a bancada do União Brasil na Câmara.

Vitor Hugo reivindica o comando da CCJ, a mais importante da Câmara, a partir de um acordo fechado no ano passado, quando bolsonaristas do PSL aderiram à candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL) à presidência da Casa. "O acordo era personalíssimo. Éramos 31 que assinaram a lista e levaram o PSL para o lado do Arthur, que foi vitorioso na eleição também em função desse movimento", afirmou Vitor Hugo.

Para Elmar Nascimento, porém, a mudança de cenário beneficia o União Brasil. "Ele (Vitor Hugo) não pode querer ocupar uma comissão do partido se estiver saindo dele", criticou o deputado do antigo DEM.

No Senado, a nova sigla negocia a permanência no Bloco Vanguarda, do qual o DEM já fazia parte com o PSC e o PL, mas ainda não há uma definição. O grupo é majoritariamente alinhado ao governo. "Os membros são de direita e divergem em alguns pontos. Mas, fundamentalmente, temos compromisso com a agenda de reformas conservadoras pela qual Bolsonaro foi eleito", argumentou o senador Marcio Bittar (PSL-AC).

Dinheiro

O superpartido contará com quase R$ 1 bilhão em fundos públicos. O montante é resultado da soma de verbas destinadas ao Fundo Partidário e ao fundo eleitoral, independentemente da saída de bolsonaristas do PSL.

O tamanho da bancada do União Brasil no Congresso, porém, dependerá dos desembarques. É que, com a união do DEM com o PSL, os parlamentares estão liberados para sair da legenda sem punição, ou seja, não precisarão aguardar a janela partidária de março para mudar de sigla.

Bolsonaro estima que levará cerca de 25 deputados para o PL, sua nova casa desde novembro do ano passado. No Senado, ele já conseguiu atrair o senador Marcos Rogério (PL-RO), que saiu do DEM para integrar o União Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

Multinacional portuguesa Politejo vai instalar nova fábrica em Pernambuco

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia