Número de mortos por coronavírus em 24 horas bate recorde


Pragmatismo Político

Segunda onda: mundo registra maior número de mortes por Covid em 24 horas. Foram 11.115 óbitos apenas ontem. Pico registrado durante a primeira onda havia sido de de 8,3 mil mortes. Média móvel volta a subir no Brasil e hospitais comunicam lotação de leitos de UTI

Um novo recorde diário de mortes por Covid-19 foi registrado no planeta nesta terça-feira (17). Foram 11.115 óbitos em apenas 24 horas. As informações são da Universidade Johns Hopkins.

Já são mais de 1,3 milhão de mortes em todo o planeta, e os países com mais óbitos são EUA (248 mil), Brasil (166 mil), Índia (130 mil), México (99 mil) e Reino Unido (52 mil). O pico de mortes durante a primeira onda de contágio do novo coronavírus foi registrado em 17 de abril: 8.365.

O mundo tem atualmente 55,6 milhões de casos registrados e, na semana passada, bateu o recorde diário de infectados por três dias seguidos. Foram 644 mil casos na quarta (11), 646 mil na quinta (12) e 648 mil na sexta (13). Ontem, foram mais 610 mil novos infectados.

Os novos recordes ocorrem em meio a uma segunda onda de contágio na Europa e mais de 100 mil casos diários nos Estados Unidos desde o início do mês.

Nesta quarta-feira (18), a Rússia anunciou 20.985 novas infecções e um novo recorde diário de mortes por Covid (456). Na terça-feira (17), a França ultrapassou a Rússia em número de casos e superou os 2 milhões de infectados, e a Itália registrou o maior número de mortes em 7 meses.

Lockdowns

Para tentar conter o avanço do vírus, diversos países da Europa voltaram a adotar lockdowns e outras medidas de restrição. O governo italiano decretou até 3 de dezembro um toque de recolher nacional entre as 22h e as 5h, restringiu o horário dos restaurantes e fechou cinemas, teatros, ginásios ou piscinas.

O governo francês também adotou medidas de restrição desde o fim de outubro, como o fechamento de bares, restaurantes e comércios e voltou a exigir que pessoas apresentem justificativas para circular nas ruas.

O Brasil e a segunda onda

A média móvel de mortes por coronavírus no Brasil está em alta de 45% em comparação à média de 14 dias. É a maior alta registrada desde o mês de maio.

Sérgio Cimerman, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, associou o aumento nos registros e na taxa de transmissão dos últimos dias à “balbúrdia que se acometeu no feriado”.

“As pessoas estão achando que a Covid acabou. Muito pelo contrário: ela está aí. Não saímos da primeira onda. A gente chegou num platô, começou a cair o número de casos, e a gente volta a subir, caracterizando ainda essa primeira onda, decorrente sim da balbúrdia que se acometeu no feriado. É a média de 10, 14 dias para começar a ter esse boom de procura por exames laboratoriais para a Covid e de internações”, afirmou Cimerman.

Domingos Alves, responsável pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o Brasil “já está na segunda onda”.

Alves vem acompanhando há oito meses os dados da pandemia brasileira como um dos responsáveis pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne dezenas de especialistas de diferentes áreas em torno da produção de estatísticas e análises da propagação do novo coronavírus no país.

Sua avaliação de que o Brasil está vivendo, assim como os Estados Unidos e a Europa, uma nova onda de contágios se baseia na evolução da taxa de reprodução (Rt) do coronavírus no país, que indica que a pandemia voltou a crescer por aqui.

Essa taxa é calculada com base no aumento de novos casos e permite saber quantas pessoas são contaminadas por alguém que já está infectado. Se o índice fica acima de 1, isso indica que a pandemia está se expandindo. Quando está abaixo, é um sinal de que a pandemia está perdendo intensidade.

No caso do Brasil, a taxa era de 1,12 em 16 de novembro, de acordo com o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba.

Isso significa que 100 pessoas irão infectar outras 112, que, por sua vez, irão infectar outras 125. Assim, a epidemia brasileira cresce exponencialmente.

Hospitais

As internações por Covid-19 no Hospital Albert Einstein, em SP, deram um novo salto nesta semana, com um aumento de 66% em relação ao número de leitos ocupados entre setembro e o começo deste mês.

O boletim fechado na segunda (16) mostra que há 83 leitos ocupados por pacientes com diagnóstico confirmado para a Covid-19. Da última semana de setembro ao dia 12 de novembro, a média de internações oscilou entre 50 e 55 pacientes.

De acordo com o hospital, os dados “alertam para a necessidade da manutenção das medidas de prevenção: uso de máscaras em qualquer ambiente, fechado ou ao ar livre, respeitar o distanciamento social sempre, não participar de aglomerações e realizar a higienização das mãos com frequência”.

Em Santa Catarina e no Paraná, hospitais estão adiando cirurgias eletivas — que não têm caráter de urgência –, a fim de liberar leitos e esforços para atendimento dos casos de covid. Em São Paulo, as cirurgias continuam a ser realizadas, mas os hospitais estão em “situação de alerta” com o avanço da pandemia.

De acordo com o governo do Paraná, três hospitais de Curitiba estão com 100% de ocupação nos leitos de UTIs exclusivos para pacientes com coronavírus. Nesta terça-feira (17) Curitiba relatou mais de 1.500 novos casos da covid-19 e ultrapassou a marca de 60 mil casos. “Semana passada, saímos do patamar de 300 a 400 casos por dia e pulamos para 700”, disse a secretária de Saúde, Márcia Huçulak.

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