Natal será de preços em alta e mais desemprego, prevê economista

FOTO: ANTONIO CUNHA/CB/D.A. PRESS

Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro pode ligar o sinal de alerta. Pelo que projetam os especialistas, além de a economia continuar andando a passos lentos, o país terá um Natal de preços em alta e de mais desemprego. Uma combinação explosiva para quem só pensa na reeleição.

Segundo o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, os preços dos alimentos continuarão subindo. E todos os produtos tradicionais do Natal, que, na maioria, são importados, incorporarão a disparada do dólar. “Não será fácil”, afirma.

Pelos cálculos de Freitas Gomes, em meio à onda de reajustes de preços — a inflação dos últimos três meses do ano será maior do que o projetado inicialmente —, mais brasileiros voltarão a procurar emprego. Como não haverá vagas para a grande maioria, o desemprego continuará subindo, superando os 15% (está em 14,3%).

No caso da inflação, acrescenta o economista da CNC, os preços tenderão a dar uma acomodada, mas não vão cair. Em relação ao desemprego, diz ele, a situação será mais dramática, pois a escassez de vagas vai aumentar. No mínimo, a economia levará oito trimestres para retornar aos níveis pré-pandemia.

“Historicamente, no Brasil, os Natais mais abundantes sempre foram aqueles com dólar barato e sem a preocupação de procurar emprego”, afirma Freitas Gomes. É um quadro exatamente diferente do que o que estamos vendo agora. Faltam empregos e o dólar caminha para R$ 6.

Crédito ficando mais caro

Há outro agravante no horizonte: o encarecimento do crédito. Apesar de o Banco Central ter mantido a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o nível mais baixo da história, os juros futuros, que servem de parâmetro para a formação do custo do dinheiro, estão em disparada.

E o motivo, afirma o chefe do Departamento Econômico da CNC, é o próprio Banco Central, que errou na comunicação com o mercado. Em vez de alertar que os juros devem subir por causa da inflação e do rombo nas contas públicas, a autoridade monetária indicou que a Selic pode cair.

Isso criou um desconfiança enorme entre os agentes econômicas, tanto que está havendo uma corrida em busca de proteção no dólar e a Bolsa de Valores está desabando. O resultado disso é que os poupadores estão vendo as economias derreterem e quem precisa de empréstimo vem pagando mais caro.

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