Maia rebate chilique de Heleno: "Não reclamou quando aumentamos o seu salário"


Aos gritos, general Heleno é flagrado batendo na mesa e mandando um "foda-se" para o Congresso. Para gente como ele, democracia dá muito trabalho. Presidente da Câmara rebate: "Não vi por parte dele nenhum tipo de ataque quando a gente votou o aumento do salário dele como militar da reserva"

General Heleno (reprodução)

A pressão do Congresso para derrubar os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao orçamento impositivo elevou a tensão no governo na reunião de ministros na terça-feira no Palácio da Alvorada.

Irritado, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, bateu na mesa, afirmou que o governo não deve ceder “às chantagens” do Congresso e orientou o presidente a “convocar o povo às ruas” para afrontar o parlamento. Bolsonaro, porém, pediu cautela e aconselhou a articulação política a costurar novo acordo.

A demonstração da irritação de Augusto Heleno com a pressão do Congresso em controlar parte do orçamento impositivo começou logo cedo, às 8h, durante cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio da Alvorada.

Heleno questionou que o governo estava “negociando uma rendição” ao aceitar que o Congresso derrubasse parte dos vetos do presidente e pediu que os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, refizessem a negociação com o Congresso para tentar manter todos os vetos.

Em áudio captado em transmissão ao vivo da Presidência pela internet, Heleno avaliou que o Executivo não pode aceitar “chantagens” do Parlamento o tempo todo.

“Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”, disse Heleno, na presença de Guedes e Ramos.

Se derrubar todos os vetos, o Congresso terá o controle de R$ 30 bilhões. A nova costura prevê agora que R$ 10 bilhões fiquem sob o poder de deputados para serem aplicados em políticas públicas em hospitais, construções de escolas; outros R$ 5 bilhões serão distribuídos pelos senadores, R$ 11,6 bilhões retomam para o Ministério da Economia e R$ 3,8 bilhões ficariam sob a responsabilidade da Secretaria de Governo em comum acordo com o relator do orçamento, deputado federal Domingos Netto (PSD-CE), para ser repassados à área de educação.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, comentou o descontrole de Heleno: “Geralmente, na vida, quando a gente vai ficando mais velho, a gente vai ganhando equilíbrio, experiência e paciência. O ministro, pelo jeito, está ficando mais velho e está falando como um jovem, um estudante no auge da sua juventude. É uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado num radical ideológico contra a democracia, contra o Parlamento. Muito triste. Não vi por parte dele nenhum tipo de ataque quando a gente estava votando o aumento do salário dele como militar da reserva”.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann (PT-PR), também rebateu a fala de Heleno. Segundo a parlamentar, o general será convocado a dar explicações no parlamento.

“General Heleno, pode dar murro na mesa, falar palavrão, espernear. Mas terá de se explicar, conforme manda a Constituição, ao Congresso Nacional que tanto despreza. Será convocado”, afirmou Gleisi.

Pessoas próximas ao presidente têm aconselhado a não brigar com o Congresso. Nas conversas reservadas, conselheiros usam exemplo da história da política, como a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment após embates com o parlamento.

Exame

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

Multinacional portuguesa Politejo vai instalar nova fábrica em Pernambuco

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia