"Política não é muito da mulher, falta vocação", diz presidente nacional do PSL

Por iG São Paulo 

Declaração de Luciano Bivar foi dada a jornal, em entrevista a respeito do repasse de R$ 400 mil a uma candidata do PSL que obteve apenas 274 votos

REPRODUÇÃO/AGÊNCIA BRASIL

Para o presidente do PSL, Luciano Bivar, a mulher na política não tem vocação e a regra de cotas 'violenta o homem'

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, disse ser contra a regra de cotas aplicada atualmente na política brasileira, que determina que 30% dos candidatos de um partido devam ser do sexo feminino. Para ele, a mulher na política não tem vocação e essa regra de cotas "violenta o homem".
"Tem que colocar 30% de mulheres, certo? O partido que não coloca, ele vai incorrer em uma ilicitude. Vários candidatos masculinos foram cortados, porque tem que ter 30% de mulher", disse Bivar. "Eu considero a regra errada. Tem que ir pela vocação. Se os homens preferem mais política do que a mulher, tá certo, paciência, é a vocação", afirma sobre a presença da mulher na política . 

A declaração de Bivar foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo , publicada neste domingo (10), a respeito do repasse de R$ 400 mil a uma candidata do PSL que obteve apenas 274 votos na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados. A candidata, Maria de Lourdes Paixão, recebeu poucos votos apesar de ter recebido a terceira maior fatia nacional da verba do PSL.

Apesar de tal investimento do partido nela e do resultado negativo, Bivar nega que Maria de Lourdes seja uma chamada " candidata laranja ", ou seja, um candidata que não teria feito efetivamente uma campanha com o dinheiro público destinado à sua eleição. De acordo com as prestações de contas, Maria de Lourdes recebeu o montante a três dias das eleições e gastou R$ 380 mil em uma gráfica – que não foi encontrada pela Folha .

Para Bivar, porém, a questão referente ao baixo resultado de Maria de Lourdes o faz refletir sobre o desempenho da mulher no campo político. Para ele, pela questão das cotas, Maria de Lourdes se tornou candidata do partido do presidente Jair Bolsonaro, ajudando a divulgar o número 17. 

"O partido precisa divulgar o nome dele. E tem aquela cota que é obrigado por lei. Então, tanto faz o nome dela, Maria de Lourdes no caso, né? Tanto faz se vai o nome dela ou o nome do PSL. Não é uma divulgação?", diz Bivar. "Ela pode ter passado três dias, porque parece que o dinheiro chegou tarde, para distribuir o santinho dela. Deve estar com calo no pé, fazendo campanha, achando que cada santinho que ela distribuía era um voto. Política não é assim".

O presidente do partido de Bolsonaro ressaltou ainda que há exemplos de mulheres que se deram bem na política, mas que isso "não é uma regra geral". 

"Não é muito da mulher. Eu não sou psicólogo, não. Mas eu sei isso. Agora, quando as mulheres entram, elas têm sucesso enorme. Tem a Bia Kicis, que é extraordinária. Tem a Joyce [Hasselmann], que é formidável. Tem a Carla Zambelli, que é formidável, a Aline… Tem mulheres que dão de 10 a zero nos homens, até em mim", ressalva.

"Mas não é a regra geral, tá certo? Você não pode fazer uma lei que submete o homem... Você não pode violentar o homem", diz Bivar, sustentando a discussão sobre a presença legal da mulher na política e se afastando da questão específica sobre a candidata Maria de Lourdes. "Mas olha, eu não tenho nada a ver com esse negócio da Maria de Lourdes", encerrou. 


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