Grupos atacam estação ambiental, rádio e Câmara de Vereadores no CE

Em 6º dia de violência, foram registrados mais de 100 ataques no estado. Membros de facções criminosas serão transferidos para presídios federais

Fabíola Perez, do R7*

O estado recebeu o reforço de policiamento 300 homens da Força Nacional
KLEBER GONÇALVES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO/05.01.2019

Uma estação ambiental em Icapuí, no litoral do Ceará, foi atacada por suspeitos na noite do domingo (6) e na madrugada desta segunda-feira (7). Grupos incendiaram a estação e uma oficina mecânica no município. Na mesma madrugada, uma rádio e a Câmara dos Vereadores na cidade de Icó também foram atacadas.

O Estado vive uma onda de violência desde quarta-feira (2) que já chega ao sexto dia consecutivo.

De acordo com a Prefeitura de Icó, cidade a 369 km da capital Fortaleza, pela primeira vez um veículo de imprensa, uma rádio, localizada na avenida José Campos Monteiro, foi atacada na madrugada desta segunda. Os grupos de suspeitos dispararam pelo menos cinco tiros contra a Câmara Municipal de Icó. Um caminhão-caçamba que presta serviço para a prefeitura também foi alvo da ação.

Na estação ambiental, eram realizados projetos sociais para incentivar a economia sustentável na região. Em Fortaleza, o grupo destruiu uma central de telefonia, uma agência bancária e ateou fogo no prédio do Departamento Nacional de Obras.

Desde quarta-feira (2), 110 suspeitos foram presos e dois morreram em confronto com policiais. Cerca de 100 policiais militares da Bahia chegaram para reforçar a segurança no Ceará. Eles serão distribuídos pelas cidades atacadas, que passam de 30. Além dos agentes da Força Nacional, o Ceará deve receber ainda policiais de outros estados do Nordeste.

O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) informou que caiu o número de ataques em Fortaleza e região metropolitana, após as primeiras 24 horas de atuação da Força Nacional de Segurança. As tropas começaram a atuar na capital do Ceará no sábado (5).
Houve 45 ataques na quinta-feira e 38 no sábado. No domingo, foram registrados 23.

A Força Nacional irá permanecer no Estado por até 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. São 300 homens e 30 viaturas que atuam no patrulhamento ostensivo, preventivo e repressivo em pontos importantes como terminais rodoviários e vias de grande circulação.

Ataques

Os ataques a ônibus e prédios públicos começaram após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, que não reconhece facções criminosas no Ceará. Ele confirmou que a divisão de presos por unidades não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.

O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que, das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado).

A crise na segurança pública também teria sido motivada apreensão de 400 celulares em presídios do estado. Os aparelhos teriam facilitado as ordens para rebeliões. Desde a quarta-feira (2), foram registrados cerca de 100 ataques em todo o Estado. Em represália, as autoridades responsáveis cancelaram visitas nos presídios e retiraram televisões.

* Com a colaboração da RecordTV e Agência Brasil

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