Onyx terá de deixar governo se for comprovada ‘ilicitude’, diz Mourão

Futuro ministro-chefe da Casa Civil é investigado por suposto recebimento de caixa dois, delatado por executivos da J&F

Da Veja

O general Hamilton Mourão, candidato a vice presidente na chapa com Jair Bolsonaro (PSL) durante votação no segundo turno das eleições, na Escola Classe da Vila do RCG em Brasília - 28/10/2018 (Mateus Bonomi/Folhapress)

O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira, 5, que, se forem encontradas irregularidades na investigação aberta contra Onyx Lorenzoni, o futuro ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro terá de deixar o futuro governo.

Na terça-feira 4, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachinatendeu a pedido feito pela Procuradoria-Geral da República para abrir investigação sobre acusações de caixa dois feitas por delatores da J&F a Lorenzoni.

De acordo com o depoimento de delatores da J&F, Lorenzoni recebeu dois repasses de 100.000 reais, um em 2012 e outro em 2014. Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo na semana passada, Raquel Dodge pediu a separação dos trechos das delações da J&F sobre caixa dois específicos sobre dez alvos que eram deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019.

“Uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investigação”, disse Mourão em entrevista coletiva realizada em Belo Horizonte. O general participa nesta quarta-feira na capital mineira de encontro com empresários.

Mourão afirmou, ainda, que, apesar de não haver “aceno neste sentido”, não só ele poderá participar da articulação política do governo se assim for determinado por Bolsonaroc omo também o general Santos Cruz.

“A questão da coordenação política, da ligação com o Congresso, o presidente vai definir se vai ficar com o ministro Onyx, ou se terá parcela dela nas mãos do general Santos Cruz (futuro ministro-chefe da Secretaria de Governo), e, talvez, se o presidente determinar pra mim, que determinadas ligações sejam feitas, eu o farei. Então, por enquanto, não há nenhum aceno neste sentido”, disse.

O general voltou a dizer ainda ser “o escudo e a espada” de Bolsonaro. “O escudo defende, e a espada ataca antes de ele ser atacado”, disse.

Bolsonaro reitera Mourão

O presidente eleito Jair Bolsonaro comentou, nesta quarta-feira, 5, em Brasília, a declaração de seu vice, o general Hamilton Mourão. “Em havendo qualquer comprovação, obviamente, ou uma denúncia robusta contra quem quer seja do meu governo, que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”, afirmou.

(com Estadão Conteúdo)

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