Carlos Gueiros: 'A gente precisa acabar com essa história de olhar com privilégio para as minorias'

Eleito 1º vice-presidente, vereador prefere não fazer distinção de gênero na composição da Mesa e lembra de lideranças femininas que já foram eleitas

Por: Juliano Muta
Blog da Folha

Carlos Gueiros (PSB) e o presidente reeleito da mesa Diretora, Eduardo Marques (PSB)
Foto: Gustavo Gloria/FolhaPE

Em termos numéricos, a baixa representatividade das mulheres na política brasileira também está traduzida na Câmara Municipal do Recife. Dos 39 vereadores eleitos em 2016, apenas seis são mulheres. Essa disparidade também foi percebida na eleição da nova mesa diretora, na manhã desta quinta-feira (01), no Plenário da Casa, onde apenas homens foram eleitos para as sete cadeiras da comissão executiva. 

Com o acordo firmado em menos de 24 horas entre as bancadas da oposição e do governo, foi lançada apenas uma chapa consensual e a nova mesa foi eleita de forma quase unânime. E o ponto fora da curva desse arranjo foi justamente o posicionamento de uma vereadora. Eleita com 10,277 votos, em 2016, Natália de Menudo (PSB) reivindicou o cumprimento de um acerto que, segundo ela, havia sido firmado para que ela ocupasse a vaga de primeira vice-presidente da Comissão Executiva da Casa. Contudo, o partido indicou Carlos Gueiros (PSB). Por conta disso, Natália de Menudo, em protesto, votou em si mesma para a 1ª vice-presidência.

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Carlos Gueiros, no entando, desmentiu a existência dessa tratativa para indicação de Natália pelo PSB. Segundo ele, o vereador Aderaldo Pinto (PSB) tinha fechado entendimento com Amaro Maguary (PSB) para que na próxima mesa houvesse o rodízio, trato que foi cumprido. Além disso, explica Gueiros, havia um outro acordo individual de Jairo Brito (PT) com Rinaldo Junior (PRB), para a troca da 3ª secretaria, o que também de fato ocorreu. "Fora disso não temos mais nenhum outro acordo, aí vem a proporcionalidade partidária", afirmou Carlos Gueiros.

Eleito 1º vice-presidente, Gueiros preferiu minimizar a falta de representatividade de gênero na casa e na composição da Mesa. Ele citou algumas lideranças femininas que já foram eleitas. "Quem presidiu a primeira sessão dessa legislatura foi uma mulher. Mas não foi só porque é mulher, não. Ela presidiu porque foi a mais votada. E o regimento diz que o mais votado, mulher homem, seja o que for, é quem vai presidir a sessão", lembrou.

"A gente precisa acabar com essa história de se olhar com privilégio com as minorias. A mulher hoje não precisa de ter proteção não, pelo contrário. A Michelle foi a mais votada, a Aline Mariano foi líder aqui, escolhida pela bancada. E não era obrigatório ela ser líder. E tinham muitos homens", pontuou Gueiros, destacando que independente do gênero, a Lei não faz distinção entre parlamentares. "O Estado não deveria ter políticas especiais para minoria não, ele tem que olhar todos em igualdade", disse o vereador.

Nova mesa diretora - Dos 39 vereadores da Casa, 36 compareceram e três justificaram ausência - André Régis (PSDB), Jayme Asfora (Pros), Augusto Carreras (PSB). Após a votação, foram eleitos Eduardo Marques (PSB) para a presidência, Carlos Gueiros (PSB) como 1º vice; Chico Kiko (PP) como 2º vice-presidente; Fred Ferreira (PSC) como 3º vice-presidente, Romerinho Jatobá (Pros) como 1o secretário, Hélio da Guabiraba (PRTB) como 2º secretário, Rinaldo Júnior (PRB) como 3º secretário. Para a 1ª suplência, foi eleito Marco di Bria (PTdoB) e a 2ª suplência ficou com Amaro Maguary (PSB).

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