Edson Vieira, Alessandra Vieira, o preconceito e a intolerância, por Manoel Ramos*


Bastou Edson Vieira lançar a candidatura de sua esposa Alessandra Vieira para deputada estadual, que um turbilhão de críticas caíram sobre ele. E por quê? Porque dizem os críticos de plantão que o prefeito, com esta atitude quis, apenas e tão somente, realizar um projeto político familiar.

QUANTA ASNEIRA!

Vemos por todo o mundo e no Brasil não é diferente, famílias de políticos que se sucedem infinitamente, sem, no entanto, receberem críticas dos pseudos “CIENTISTAS POLÍTICOS” da terra da sulanca (Com todo respeito, não gosto do slogan Capital da Moda).

Vejamos:

Sarney (Maranhão)

Com grande influência no estado, a história da família começa com José Sarney que é ex-governador do estado, ex-presidente da república (cargo que assumiu após a morte de Tancredo Neves) e senador. Tem dois filhos atuando na política: Roseana Sarney, também ex-governadora de Maranhão e Sarney Filho, deputado federal e atual ministro do Meio Ambiente.

Neves (Minas Gerais)

Tancredo Neves ocupou, entre outros cargos, o posto de ministro da Justiça do governo de Getúlio Vargas, o de deputado federal, governador de Minas Gerais, além de presidente da república por um curto tempo espaço de tempo. Seu neto, Aécio Neves foi também governador de Minas Gerais, candidato à presidência da república em 2014 e hoje atua como Senador, além de ser presidente nacional do PSDB. A irmã de Aécio, a jornalista Andrea Neves, é considerada uma das mais habilidosas articuladoras políticas do país. Ela dirigiu a campanha de Aécio, em 2014, quando ele quase venceu a então presidente Dilma Rousseff. Já foi apontada como uma das 60 pessoas mais poderosas do país pelo portal IG.

Arraes (Pernambuco)

Miguel Arraes foi um político bastante ativo em Pernambuco, eleito governador do estado por três vezes. Sua filha, Ana Arraes já foi deputada federal e hoje é ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). Seu neto, Eduardo Campos, foi deputado estadual, deputado federal, governador de Pernambuco em dois mandatos e morreu tragicamente num acidente de avião, em 2014, quando era candidato à presidência da república. Em 2016, o irmão de Eduardo, Antônio Campos, concorreu à prefeitura de Olinda. Marília, neta de Arraes, é pré-candidata ao governo do estado.

Coelho (Pernambuco)

Nilo Coelho foi senador da república, filhos, netos, bisnetos e sobrinhos são políticos com mandatos ou não, oriundos da próspera cidade de Petrolina.

Do senador Nilo Coelho lembro-me de uma frase lapidar por ele proferida, quando presidente do senado. Vale ressaltar que Nilo Coelho foi senador biônico, ou seja, aquele terceiro senador que era nomeado pelo regime militar. Instado pelo regime militar a não dar andamento a um PL apresentado pelo SENHOR DAS DIRETAS, disse Nilo Coelho: “NÃO SOU PRESIDENTE DO SENADO DA ARENA, SOU PRESIDENTE DO SENADO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.

Lyra (Pernambuco)

Família tradicional da cidade de Caruaru possui grandes políticos pernambucanos, a exemplo de Fernando Lyra, deputado e ministro da justiça no governo Sarney; João Lyra Neto, deputado e Govenador de Pernambuco; Raquel Lyra é prefeita da cidade de Caruaru.

Collor / Mello (Alagoas)

Um dos líderes da Revolução de 1930, Lindolfo Collor foi também o primeiro Ministro do Trabalho, no Brasil. Seu neto, Fernando Collor de Mello foi o mais novo presidente da República. É, atualmente, senador da república.. Seu pai Arnon Farias de Mello foi deputado estadual e governador do estado de Alagoas. O filho de Fernando Collor já foi vereador em Rio Largo (AL) e também candidato a prefeito. O sobrinho, Fernando Lyra, foi candidato a vice-prefeito em Atalaia (AL). Há ainda na família o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, primo de Fernando Collor.

Calheiros (Alagoas)

O senador e presidente do Senado Federal, Renan Calheiros tem três irmãos também na política: Olavo Calheiros, atualmente deputado estadual por Alagoas, mas que já foi eleito deputado federal por cinco mandatos consecutivos; Remi Calheiros, prefeito do município de Murici; e Renildo Calheiros, que foi vereador, deputado federal e prefeito de Olinda. O filho de Renan, Renan Calheiros Filho, também foi prefeito do município de Murici e é o atual governador de Alagoas.

Magalhães (Bahia)

A tradição da família na política começou com Francisco Peixoto de Magalhães Neto, que foi eleito três vezes deputado federal. A continuidade se deu com os filhos Antonio Carlos Magalhães, conhecido como ACM, que foi prefeito de Salvador, três vezes governador da Bahia, ministro das Comunicações, presidente do Senado e morreu em 2007; seu irmão, Ângelo Magalhães, foi deputado estadual e federal. Faleceu em 2005. Dois filhos de ACM também seguiram seus passos na política. Luis Eduardo Maron Magalhães foi deputado estadual, federal e presidente da Câmara dos Deputados. Seu irmão, o ex-senador Antônio Carlos Júnior é pai de ACM Neto, atual prefeito de Salvador e recentemente reeleito no primeiro turno nas eleições de 2016.

Gomes (Ceará)

São três irmãos com bastante influência na política local. O mais velho, Ciro Gomes foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, deputado estadual e federal, ministro da Fazenda e da Integração Nacional; o irmão do meio, Cid Gomes atuou como deputado estadual e federal, prefeito do município de Sobral, governador e ministro da Educação. O mais novo dos irmãos, Ivo Gomes, é ex-deputado estadual e foi recentemente eleito prefeito de Sobral.

Maia (Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro)

A família tem nomes bastante conhecidos na política nacional, como o senador pelo Rio Grande do Norte, José Agripino Maia, que está em seu quarto mandato. O ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, é primo em primeiro grau de Agripino, e o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é filho de César Maia e primo em segundo grau de Agripino. A tradição política começou com Tarcísio Maia, ex-governador do Rio Grande do Norte e com João Agripino de Vasconcelos Maia Filho, ex-governador da Paraíba.

Entretanto, “meus nobres”, como diz o folclórico CARIOCA BALBINO, o que nos interessa, neste momento, é Santa Cruz do Capibaribe.

A mais tradicional família de políticos desta nossa querida terra é, sem dúvida, a FAMÍLIA ARAGÃO, mais precisamente, FRANCELINO ARAGÃO.

Pois bem.

A história da família Aragão, salvo engano, começa com Raymundo Francelino Aragão, precursor e maior responsável pela emancipação política de Santa Cruz do Capibaribe.

Foi prefeito por dois mandatos, tendo sido, indubitavelmente, um dos melhores administradores políticos de nossa terra. Não vou elencar, aqui, suas grandes obras, posto que este não é o momento adequado. Mas, todos sabem do seu valor e importância para nós santa-cruzenses.

Como disse, Raymundo foi prefeito por dois mandatos; seu filho Raymundo Francelino Aragão Filho (Aragãozinho) foi prefeito, seu irmão Rodolfo Aragão foi vereador; outro seu irmão Bilino Aragão foi vereador, candidato a prefeito e vice-prefeito, seu sobrinho, filho de Rodolfo Aragão, o saudoso José Ronaldo Aragão foi senador da república pelo Estado de Rondônia; seu sobrinho Fernando Aragão, filho do irmão Alcindo Aragão foi vereador por vários mandatos, candidato a vice-prefeito e a prefeito; seu sobrinho neto Oseas Moraes foi deputado estadual por dois mandatos; seu sobrinho bisneto Diogo Moraes é deputado estadual e candidato a reeleição e, por fim, o seu sobrinho neto Edson Vieira, que foi deputado estadual e, atualmente, cumpre seu segundo mandato como prefeito de Santa Cruz do Capibaribe.

Ora, não vi, não ouvi e, também, não li, em qualquer tempo ou lugar, nenhuma crítica a Raymundo Aragão afirmando que este possuía UM PROJETO POLÍTICO FAMILIAR, mesmo porque isto não é verdade.

Diz um velho adágio, embora seja chula a expressão: “Macaco senta no rabo e só enxerga o rabo dos outros”.

ESCLAREÇO, POR DERRADEIRO, QUE SOU TERMINANTEMENTE CONTRA AQUELAS OLIGARQUIAS SUPRADITAS. NO ENTANTO, ASSEGURO QUE EM SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE ELAS NÃO EXISTIRAM, NÃO EXISTEM E, NEM TAMPOUCO, EXISTIRÃO. 

Pelo exposto, assevero que estas críticas se tratam de preconceito idiota e de vil intolerância daqueles que só enxergam este ridículo pastoril. É isso.

*MANOEL RAMOS é advogado 

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