Taquaritinga do Norte ganha sua primeira estação meteorológica

O município recebe sua primeira estação meteorológica através do empenho de um visionário natural da Dália da Serra

Todos sabem que as condições do tempo nos influenciam diretamente no dia-a-dia e hoje a tecnologia nos possibilita ter acesso às condições do tempo em qualquer parte do mundo pelo Smartphone. Além de avançados computadores que fazem milhões de cálculos por segundo na elaboração da previsão do tempo que você acompanha no telejornal matinal.

“Costumava observar e admirar as nuvens de tempestade que se erguiam no sertão a partir da varanda de minha casa, sempre nos fins de tarde no verão." Relata Márcio Silva Costa, relembrando dos anos que morou no sítio Arroz, próximo a barragem do Zamba na zona rural do município. Com vista privilegiada para o oeste, contemplava parte da formação da Borborema em Pernambuco entre os municípios de Santa Cruz do Capibaribe, Jataúba e Brejo da Madre de Deus. 

Formado em técnico de informática, envereda pela engenharia mecânica e topográfica, onde desenvolve o traçado do projeto do empresário Geo Caldas, que visa trazer água da bacia amazônica para o semiárido nordestino e assim acabar com o sofrimento da seca. Exerce também atividades na agropecuária, bioengenharia, e na elaboração dos SAFS (sistemas agros florestais), onde destaca a cultura do cacau como promissora e viável para a nossa região. 

“Em varias oportunidades Marcio Silva destacou a importância desse equipamento para nossa região. Entrando em contado até com o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) a fim de conhecer o processo e pontos necessários para viabilizar a aquisição da estação oficial, mas ficou decepcionado com a burocracia. Decidindo então, adquirir por conta própria e mostrar que é possível prestar um serviço de utilidade pública sem investimentos estratosféricos”. Exatamente às 18 horas do último dia 23 de janeiro foram colhidos os primeiros dados da estação meteorológica instalada em sua residência, próximo ao Hospital Geral Severino Pereira. 

O equipamento registra hora e data a cada 10 minutos em oito variáveis: temperatura máxima e mínima, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, precipitação, direção, velocidade média e máxima do vento, dados estes, salvo em um cartão SD através de um "Data Loger" ligado aos sensores, após a análise dos dados é editado um boletim meteorológico e divulgado nas redes sociais. Estudando os fenômenos atmosféricos há pelo menos 15 anos, garante que o clima de Taquaritinga do Norte está gradualmente mudando para um quadro mais semelhante ao Cariri, segundo ele, o desmatamento, os incêndios florestais, a exploração desenfreada das reservas hídricas, aliada a um manejo agrícola inadequado, são fatores agravantes que se tornaram evidentes na severa estiagem dos anos 2015-2016, onde os principais reservatórios públicos entraram em colapso, deixando a população a mercê do famigerado carro-pipa. 

Mesmo com esse cenário desolador, ele estar confiante sobre o período chuvoso para esse ano, segundo modelos matemáticos e a atuação no fenômeno La Niña, somada a temperatura na superfície do oceano Atlântico, estão apresentando condições bem favoráveis para precipitação dentro ou acima da média para o período no Nordeste Brasileiro. “Acredito que esse ano a população volte a receber água nas torneiras, mesmo que num curto período, ainda assim já será um alívio e tanto, além de ver o Açude Santo Amaro completamente cheio novamente, não só eu, mas todos que aqui residem”.

“Também tenho cautela em dizer, que há uma enorme variabilidade temporal e espacial no Nordeste, que em muitas das vezes, dificulta o período das chuvas no tempo esperado, mesmo assim, chovendo pelo menos uns 1000 mm esse ano, já é uma benção, se comparado aos dois últimos anos." Sobre o futuro do equipamento, ele acrescenta que ao longo do tempo irá incrementá-lo, ampliando sua área de atuação. “É de meu interesse instalar em uma torre com boa altura a fim de ser visível em várias partes da cidade, desta, será acoplada uma sirene que emitirá sinais sonoros alertando sobre a baixa umidade do ar ou em caso de chuva forte, manter a população ciente das adversidades do tempo para que ninguém seja pego de surpresa”, complementou Márcio Silva Costa.

Da redação: TV Serrana

Por Lindbergh Macedo 

Colaboração e fotografia: Márcio Silva Costa

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