SILVIO COSTA: IMPEACHMENT É “SEGURO CADEIA” PARA CUNHA



Pernambuco 247 - Sem papas na língua, o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE) proferiu um dos seus mais duro discursos contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quem conduz o processo de impeachment na Casa. Na avaliação do parlamentar que atua por Pernambuco, a renúncia da presidente Dilma seria um "seguro cadeia" para o peemedebista. Costa sugeriu que o impeachment é uma de blindar políticos contra as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

“Depois que descobriram contas dele [Eduardo Cunha] na Suíça, eu parei de bater no deputado Eduardo Cunha. Parei porque ninguém chuta cachorro morto, mas hoje vou ter que bater porque o cachorro continua latindo”, disparou Sílvio Costa. 

Segundo o parlamentar, o processo de impeachment da presidente é resultado de “ódio” e “vingança” de Cunha. "Eduardo Cunha que devia estar preso, [...] está presidindo uma sessão pra cassar o mandato de uma mulher eleita por 54 milhões de brasileiros e que não cometeu crime”, disse. 

O congressista afirmou ter “nojo” do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o acusou de estar “querendo arrancar” mandato da presidente Dilma ”sem que ela tenha cometido um crime".

"Outro cara que estou com nojo - essa é a palavra – [...] é Michel Temer. Eu não tenho outra palavra que não nojo. Faz dois anos que ele vem conspirando contra a presidente”, disse. De acordo com o deputado, Temer prometeu a Petrobras para Cunha e Furnas para o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

O deputado disse que políticos defensores do impeachment "não têm moral, ética, respeito" para pedir o impeachment da presidente Dilma. "Não vão conseguir derrubar uma mulher de bem. A falsidade não ganhará da verdade".

Acusações

Conforme já publicou o 247, Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo recebimento de propina desvendado pela Operação Lava Jato. O peemedebista já era acusado de ter recebido US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras, conforme foi apontado em delação premiada pelo consultor Júlio Camargo. O procurador da República, Rodrigo Janot, confirmou as acusações.

Segundo as investigações, o negócio foi feito sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. 

Cunha foi alvo da nova denúncia. Um dos delatores da 'Lava Jato', o empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, afirmou que as empresas ligadas à construção do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, teriam que pagar R$ 52 milhões em propinas [cerca de ou 1,5% do valor total dos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac)] a Cunha (veja aqui).

O senador Aécio Neves também foi citado por delatores na Operação Lava Jato. O senador O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que o tucano teria recebido propina no esquema de corrupção em Furnas. A declaração foi feita em delação premiada homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

"Questionado ao depoente quem teria recebido valores de Furnas, o depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas [Toledo, ex-presidente de Furnas] operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves", diz trecho da delação. O acordo também prevê que Delcídio pague uma multa de R$ 1,5 milhão em dez parcelas.

O tucano também foi citado pelo doleiro Alberto Youssef, que apontou Aécio como o mentor intelectual de um mensalão em Furnas, que distribuía mesadas de US$ 100 mil a parlamentares – entre eles, o finado José Janene, que foi sócio de Youssef. Na segunda delação, o lobista Fernando Moura afirma que um terço da propina em Furnas era destinada ao líder da oposição. Na terceira, o entregador de propinas "Ceará" diz que Aécio era "o mais chato" cobrador das entregas de recursos da empreiteira UTC (veja aqui).

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