Maguary e Dafruta são vendidas

Empresa pernambucana ebba, dona das duas marcas, agora pertence a britânica Britvic, que aposta no Brasil no longo prazo

Da editoria de Economia
Jornal do Commercio
Novos controladores pretendem lançar marcas internacionais no Brasil e querem dobrar o resultado financeiro da brasileira até 2020
Foto: Divulgação

LONDRES – Enquanto a crise econômica brasileira preocupa no curto prazo, a britânica Britvic vê boas perspectivas para o País até 2025. Tanto que, ontem, anunciou a compra da pernambucana Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (ebba), holding constituída em março de 2009 com o objetivo de abrigar as marcas Dafruta e Maguary, atuantes no mercado de bebidas saudáveis. O negócio foi de 113 milhões de libras (cerca de R$ 580 milhões). Os novos controladores pretendem lançar marcas internacionais no Brasil e querem dobrar o resultado financeiro da brasileira até 2020.

A ebba está sediada no Recife e é fruto da sociedade entre membros da família Tavares de Melo, que uniram as duas marcas no passado. A empresa detém 12% do mercado brasileira de sucos prontos, liderado pela Del Valle, da Coca-Cola. O valor efetivo a ser desembolsado pelos ingleses pela compra será de R$ 545,4 milhões e a diferença é explicada pela dívida da ebba que será abatida do valor do negócio. O contrato prevê pagamento em duas tranches (divisões de títulos em uma série de pagamentos), sendo a segunda parcela em dois anos. De acordo com a Britvic, a compra representa múltiplo do valor da empresa sobre o Ebtida de 12,1 vezes. As partes preveem concluir a operação no fim de setembro.

A britânica afirmou ainda que “tem a clara ambição de pelo menos dobrar o Ebitda da ebba e aumentar significativamente as margens até 2020”. Em 2014, a Ebba registrou receitas líquidas de R$ 437,2 milhões e Ebitda de R$ 45 milhões.

SEM CRISE

Durante o anúncio da compra da fabricante brasileira dos sucos Maguary, a britânica Britvic avaliou que o mercado brasileiro de bebidas é relativamente pouco desenvolvido. Por isso, a estrangeira pretende apostar fichas especialmente no segmento de sucos concentrados e bebidas para crianças no Brasil. 

A companhia reconhece o momento ruim da economia, mas diz que as perspectivas de longo prazo são “fortes”. “A aquisição dará à Britvic acesso imediato ao sexto maior mercado de bebidas do mundo, cujas vendas cresceram 13,6% em valor financeiro e 4% em volume nos últimos cinco anos (...) O Brasil é um atrativo mercado com 200 milhões de pessoas que deve alcançar 218 milhões em 2025 com uma população jovem e mais rica”, completa o documento. 

Além disso, a Britvic avalia que a categoria de sucos infantis no Brasil sofre por não ter marcas específicas a esse público e, por isso, “não serem discerníveis dos adultos”. “A Britvic está confiante de que essas características fornecem um pano de fundo que nos levará a um crescimento futuro atrativo”.

“A Britvic gastou um tempo considerável para analisar o mercado brasileiro e conduzir uma due dilligence para a aquisição e acredita que o mercado de bebidas do Brasil é relativamente subdesenvolvido quando comparado com outros mercados onde a empresa já opera”, diz o comunicado aos investidores que anuncia a compra.

Os britânicos pretendem acelerar o crescimento da ebba com a exploração das linhas atuais – Maguary e Dafruta – e ainda lançar marcas internacionais do portfólio da nova controladora no Brasil. Entre as principais marcas da britânica, estão Tango, Fruit Shoot e Teisseire. As marcas chegam a mais de 50 países, mas os mercados-chave são o Reino Unido, França e Irlanda.

Colaborou Fernando Castilho

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