Muito prazer em lhe conhecer

Existe uma velha máxima que diz que o direito de um começa quando o do outro termina.

Por Dário Gomes*
Todos têm direitos assim como todos têm deveres, em relação a nós mesmos e em relação a outras pessoas, entretanto, por não saberem respeitar esses direitos, muitos têm entrado em uma verdadeira saia justa, no modo de dizer.

Vagas em estacionamentos que deveriam ser usadas por pessoas com deficiência são usadas, sem o menor pudor, por pessoas que não deveriam usá-las, por não apresentarem nenhuma dificuldade de locomoção, outros não respeitam as mulheres gestantes e ainda há os que não respeitam o ancião, são carros estacionados em frente a garagens, outros param logo em frente à placa que informa ser proibido estacionar , alguns se acham no direito de fechar a rua, param à sua frente e começa a bater um papo com o motorista que vem em sentido contrário, fechando assim as duas mãos da via e pior, se alguém reclamar é motivo para uma séria desavença, sem nos esquecer dos que ocupam as calçadas com seus veículos e obrigam o pedestre caminhar pela via pública, mostrando assim, o motorista, a sua incapacidade de viver em sociedade.

O fato aconteceu em uma cidade do interior do nosso estado, um veículo de porte médio, havia sido deixado por seu proprietário mal estacionado de forma que, se um veículo de grande porte tentasse passar, não iria conseguir.

Como o tempo passava logo apareceu um ônibus e não tendo como passar bloqueou a devida passagem ao mesmo tempo em que outros veículos iam se enfileirando, cada um a bravejar contra o descuidado motorista. O trânsito ficou travado. O horário era de pico e como era um centro comercial, logo estava implantado um verdadeiro caos. Um acúmulo de pessoas era notório e cada um dizia da irresponsabilidade, podendo o dito motorista ter evitado tamanho transtorno, com um simples movimento de baliza.

O tempo passava e a fila já se tornava quilométrica e nada do motorista a parecer até que sai de uma das agencias bancárias um senhor alto, muito forte e com cara de poucos amigos, as pessoas o observam, ele caminha lentamente, olha para o engarrafamento e dá de ombros, entra no veículo e dá partida, absorto a tudo quanto provocou.

Naquele momento um cidadão franzino desce de seu veículo e encaminha-se para a lateral do veículo que causou todo aquele incômodo, bate no vidro e pede a atenção do dito motorista, o mesmo desce, olha de cima para baixo, encara o baixinho e pergunta:

- O que é que o senhor quer?

- Quero só que o senhor desça para podermos conversar. Respondeu o baixinho

À contragosto, o grandão desceu, intimidado pelos olhos da multidão, então o baixinho lhe falou:

- O senhor acha que fez certo? Fechou o trânsito pelo tempo que quis e depois sai assim, como se nada estivesse acontecendo?

O grandão respondeu: - O carro é meu e eu o uso do jeito que eu quero, estou certo sim. Agora me diga uma coisa, quem o senhor pensa que é para me reclamar assim?

O baixinho encarou o grandalhão de baixo para cima, puxou uma carteira do bolso e mostrando-lhe uma credencial falou: Muito prazer, Eu sou o Promotor de Justiça e você quem é? 

Um abraço e até a próxima, se Deus permitir.

*Dário Gomes de Araujo é Evangelista da Igreja Assembleia de Deus e atualmente é gestor na cidade de São José do Egito

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