Votação mostra que só apoio não rende vitória

Por Anderson Bandeira
Da Folha de Pernambuco


O resultado final das eleições presidenciais trouxe um dado curioso sobre o sistema de forças políticas no cenário local. Apesar de contar com ampla maioria no território socialista, a artilharia do ex-presidenciável Aécio Neves (PSDB) não foi o suficiente para desbancar a adversária Dilma Rousseff (PT), no segundo turno. Em solo pernambucano, a petista conseguiu angariar 70,20% dos votos contra 29,80% do tucano, uma diferença de aproximadamente dois milhões de votos. No primeiro turno, somou apenas 5,95%.

No Estado, o candidato mineiro contou oficialmente com 137 prefeitos ligados à Frente Popular além do gestor o Recife, Geraldo Julio; o governador eleito, Paulo Câmara; e o atual chefe do Executivo estadual, João Lyra Neto – todos do PSB. O tucano também teve o apoio de dirigentes dissidentes como as prefeitas de Arcoverde, Maria Madalena, e Maria Sebastiana, de João Alfredo; o prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano, que são filiados ao PTB; bem como da família do ex-governador Eduardo Campos.

Já no campo petista, a presidente reeleita teve a adesão de apenas 47 gestores no seu arco de alianças. Outros poucos dissidentes do bloco adversário, como o prefeito de Petrolina, Julio Lóssio (PMDB), e Vado da Farmácia (PSB), gestor do Cabo de Santo Agostinho; marcharam com Dilma. Porém, no resultado final, o bloco aliado da presidente mostrou que teve mais força que o do tucano, que no Estado só saiu vitorioso no município de Taquaritinga do Norte, comandado pelo socialista José Evilásio.

A maioria dos eleitores das principais cidades que deram mais votos a Marina Silva (PSB), no primeiro turno, embarcaram na candidatura petista: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho, além de Caruaru, entre outras. Ao todo, 37 cidades “dilmaram” somando 3,593 milhões de votos, dos quais 64% foram para a petista.

Um dos coordenadores de campanha de Aécio, o vereador André Régis (PSDB) atribuiu a derrota em Pernambuco ao “marketing político enganador dos adversários”, de passar “inverdades” à população. “A propaganda do PT, desde o primeiro turno, na televisão, martelando determinadas mensagens para o público, que era esse público que é depende da assistência do Estado, foi efetiva. Então, na verdade, teve participação direta. Passando inverdades, espalhando o medo, fazendo que houvesse pânico contra a descontinuidade de programas sociais, a campanha adversária levou o eleitor a votar no governo”, observou.

Questionado se a derrota do correligionário em Pernambuco se deu também pela falta de empenho dos aliados, Régis considerou que não. Segundo ele, a eleição presidencial no Recife é “pautada em questões como o bem-estar e o medo que a população tem de perdas de benefícios, do que promessas para a melhoria de vida”. Dessa forma, na opinião do tucano, como uma parcela do eleitorado é dependente da assistência federal, maioria dos eleitores optou por seguir com o PT.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

'Chocante é o apoio à tortura de quem furta chocolate', diz advogado que acompanha jovem chicoteado

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia