Bolsonaro: entre a Anistia Imaginária e o Despertador para 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Cristobal Herrera/EFE) 

JAIRO GOMES

Jair Bolsonaro acordou esta semana com um motivo para sorrir. Ou melhor, para continuar acreditando na própria realidade paralela. Com Donald Trump de volta à Casa Branca, o ex-presidente decidiu que é a sua vez de "voltar aos holofotes" e de preferência, em 2026, às urnas. Tudo muito bonito, mas será que o Brasil está mesmo preparado para esse “revival”? Se depender da Folha e do Globo, talvez sim, porque Bolsonaro, que já gritou fake news até para a previsão do tempo, fez questão de escolher justamente esses veículos para o seu grande retorno ao mundo midiático. Parece que o ranço com a “imprensa marrom” virou o que mesmo? Ah, mero detalhe!

Bolsonaro teve seu “media day” – aquele dia especial em que uma figura pública se dedica integralmente a entrevistas, para divulgar suas mais novas teorias. E, se tem uma coisa que ele sabe fazer bem, é colocar a sua narrativa no centro do palco. O tom? “Minha prisão vai chocar o mundo!” Só faltou a musiquinha dramática de fundo, enquanto ele tentava convencer que a volta de Trump criará uma "corrente de anistia" tão forte que fará o STF tremer.

Temer pra quê? Vice já está escolhido!

E não para por aí! Em seu discurso recheado de promessas e referências a 2026, Bolsonaro não deixou Michel Temer de fora. Com um leve afago, sugeriu que ele seria um ótimo vice. E olha que o mestre da “ponte para o futuro” até tentou ser polido, mas deu um banho de água fria: “Trump influencia o Judiciário brasileiro? Por favor, né?” Não é para menos – até o Temer acha a teoria bolsonarista forçada.

A Grande Anistia (ou só um surto coletivo?)

Ah, mas não seria Bolsonaro se ele não chamasse o Congresso para a festa. Com o entusiasmo de um veterano de reality show, ele crava: “A anistia está no Congresso, o caminho para tudo!” Uma pena que os especialistas digam o oposto, pois caso esse projeto vá para frente, o Supremo não dará moleza. Bolsonaro e seus seguidores podem até cruzar os dedos, mas segundo os advogados, até os sonhos dele têm prazo de validade.

Nunes Marques e a Esperança que Caiu do Cavalo

Mas, se o Congresso não ajuda, quem sabe o TSE, certo? Afinal, com Kássio Nunes Marques e André Mendonça assumindo a Corte em 2026, muitos bolsonaristas acham que a coisa está resolvida. Uma reviravolta digna de novela! Só que não. Mesmo com a dupla dinâmica no TSE, a matemática não fecha: a probabilidade de Bolsonaro se tornar elegível ainda é menor que o Botafogo ganhar a Libertadores no próximo ano.

Para completar a novela, apareceu o rumor sobre uma decisão de Nunes Marques liberando o prefeito inelegível Lula Cabral para assumir em Cabo de Santo Agostinho. Pronto, o WhatsApp bolsonarista foi à loucura, achando que isso abriria caminho para Bolsonaro. Só que é uma ilusão: especialistas explicam que uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O Retorno de Bolsonaro: Mais Lenda que Realidade

A verdade é que o Trump de lá e o "Trump brasileiro" daqui têm trajetórias bem diferentes. Bolsonaro segue em sua saga de iludir – talvez a ele mesmo – sobre um possível retorno triunfal, impulsionado por um aliado lá de fora. Mas como disse um velho sábio: “cada um vê o que quer ver.” E Bolsonaro, com o apoio da grande mídia, está enxergando em 2026 uma chance, mesmo que pequena, de dar uma nova volta por cima.

Então, caros leitores, fica o aviso: da próxima vez que virem o ex-presidente dizendo que Trump é sua "ponte para o futuro", lembrem-se que talvez seja mais um daqueles devaneios.

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