ESCÂNDALO DAS PROPINAS DE FBC PODE ATINGIR MINISTRO DAS MINAS E ENERGIA



Denúncia feita pelo Ministério Público contra 18 alvos da Operação Turbulência aponta que o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), entre outros políticos, seriam "clientes de um esquema de corrupção que teria movimentado cerca de R$ 600 milhões desviados de contratos e propinas das obras da Refinaria Abreu e Lima e da Transposição do São Francisco; FBC foi quem indicou o deputado Fernando Filho (PSB-PE), seu filho, para o ministério das Minas e Energia

Pernambuco 247 - A denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 18 alvos da Operação Turbulência poderá respingar em cheio no PSB. A denúncia diz que o ex-governador de Pernambuco e ícone da legenda, Eduardo Campos, seria "cliente" de um esquema de corrupção que teria movimentado cerca de R$ 600 milhões, sendo que boa parte deste dinheiro teria irrigado campanhas eleitorais ligadas ao partido.

O MPF também acusa outro cacique socialista, o senador Fernando Bezerra Coelho (PE), de ser cliente do esquema. Nesta linha, a denúncia pode respingar no ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, filho do senador, que foi alçado ao cargo após articulações feitas por FBC que viabilizaram a sua indicação junto à bancada federal.

A denúncia da Operação Turbulência na qual o senador FBC é citado é apenas mais uma onde o nome do parlamentar aparece. Ele e Campos também foram citados em depoimento de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no âmbito da Operação Lava Jato, como beneficiários de propinas de R$ 20 milhões desviados de contratos da estatal. FBC também responde a pelo menos outros quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

FBC nega as acusações e reafirma que nunca atuou como coordenador das campanhas do falecido ex-governador em 2010 ou 2014. Fernando Filho, que é deputado federal desde 2007 também recebeu doações eleitorais de empresas investigadas pela Lava Jato.

Apesar do nome do ministro não ser citado na denúncia do MPF, a situação coloca pai e filho numa situação incômoda. Fernando Filho foi convocado para o cargo após uma intensa movimentação feita por seu pai junto a representantes do governo do vice-presidente em exercício Michel Temer. O cargo foi oferecido em função da participação do PSB no processo de impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff pela Câmara.

A direção do partido, incluindo a maior parte da Executiva nacional e o governador de Pernambuco e vice-presidente da legenda, Paulo Câmara, se posicionaram de forma contrária a indicações para que membros da legenda ocupassem cargos no governo do PMDB.

FBC então partiu para o embate e promoveu novas articulações de maneira a fazer com que Fernando Filho – que até então era o líder do PSB na Câmara - acabasse por se tornar um nome de consenso para ocupar o ministério oferecido à legenda socialista.

Nos bastidores, o comentário é que a situação criada pela indicação ainda não foi digerida por membros da cúpula socialista, o que poderá levar a novos atritos em função da nova denúncia contra o senador. Nesta linha, a chance de desidratação de parte do apoio oferecido pela bancada é real. Somente os parlamentares pernambucanos somam oito dos 35 deputados socialistas e nem todos são aliados de FBC, o que pode levar a uma contaminação do posicionamento dos deputados que poderá enfraquecer Fernando Bezerra, tanto o pai como o filho, apesar deste último não ter citado na denúncia apresentada à Justiça pelo MPF.

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