Lula sobre Transposição do Rio São Francisco: “Nós tínhamos que resolver”

 INFRAESTRUTURA HÍDRICA

Presidente autoriza duplicação das estações de bombeamento e sobrevoa as obras do Eixo Norte, que vão beneficiar milhões de nordestinos com mais acesso à água

 

Foi anunciada também, durante a cerimônia em Salgueiro (PE), a abertura de chamada pública com orçamento de R$ 10 bilhões para selecionar planos de negócios com investimentos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste  Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu agenda em Salgueiro (PE) nesta quarta-feira, 28 de maio, para acompanhar obras que garantem segurança hídrica a milhões de brasileiros. O compromisso fez parte da iniciativa do Governo Federal Caminho das Águas, que reúne mais de 70 projetos de infraestrutura hídrica no âmbito do Novo PAC, e cuja jornada começou nesta semana. As obras levam água para abastecimento humano, produção agrícola e desenvolvimento econômico no semiárido.
 

Em Pernambuco, Lula participou da assinatura da ordem de serviço, no valor de R$ 491,3 milhões, para duplicar a capacidade de bombeamento de água em todo o Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco (PISF), na estação de bombeamento intermunicipal EBI3, no Ramal do Salgado. A obra amplia a capacidade de 24,75 m³/s para 49 m³/s, e beneficia 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
 

Foi anunciada também, ainda durante a cerimônia em Salgueiro (PE), a abertura de chamada pública com orçamento de R$ 10 bilhões para selecionar planos de negócios com investimentos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste.
 

O presidente Lula afirmou que, toda vez que visita o Nordeste para inaugurar obras, sente uma sensação de projeto concluído, de uma graça atendida. “Essa obra que estamos fazendo aqui não é uma invenção do Lula, é um desejo do Imperador Dom Pedro II, desde 1846. Se a gente for contar quantos anos se passaram desde 1846, são 179 anos em que se pensa em fazer a Transposição do Rio São Francisco. E por que se pensava em fazê-la? Era para fazer uma coisa simples e sagrada: o objetivo de dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no Semi-Árido brasileiro. Era apenas isso”, sintetizou Lula.
 

“E por que eu tomei a decisão de fazer as obras? É porque eu sei o que é ir para um açude sujo pegar água para beber. Eu sei o que é colocar uma água em um pote para assentar, para não tomar ela com caramujo ou com fezes de cabrito, de cachorro, de gato, de cavalo. Eu sei o que é isso. Eu sei o que é tomar água sem tratar, sequer sem filtrar. Então, quando eu cheguei à Presidência da República, eu tinha na mente aquela imagem de gente sofrendo, andando léguas para pegar um pote de água. Eu falei que tínhamos que resolver aquele problema”, pontuou o presidente.
 

COMPROMISSO — Para o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a data da assinatura da ordem de serviço para ampliar a capacidade das estações de bombeamento de água é mais que uma cerimônia, mas um compromisso selado com a história, com o presente, com o futuro e com o povo do Nordeste. “Aqui em Salgueiro, no coração do Semi-Árido pernambucano, damos mais um passo para que a Transposição do Rio São Francisco cumpra sua missão integral: ser água para todos, o tempo todo, em todo o Nordeste”, colocou.
 

“Com essa obra, o povo passa a contar com uma estrutura permanente, previsível e soberana. A água chega quando precisa, a água que sustenta a vida, não apenas a esperança. Essa assinatura que o presidente Lula faz hoje tem peso histórico, porque ela não autoriza só o início de uma obra, ela renova a certeza de que esse país tem um projeto de presente e de futuro. E esse projeto passa invariavelmente por valorizar quem mais precisa e onde mais precisa”, complementou Waldez Góes.
 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que há um Nordeste antes e depois do presidente Lula. “A gestão anterior paralisou as obras do São Francisco e o Lula está colocando essa obra de pé. O presidente começou em 2007 e precisou voltar para agora, até 2026, entregar esse grande complexo de obras, assim como vai entregar, se Deus quiser, a Ferrovia Transnordestina até o Ceará”, pontuou.
 

Já a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, celebrou a renovação do compromisso do presidente Lula com o povo nordestino. “É a força de todos nós juntos que tem feito o estado de Pernambuco voltar a crescer”, disse. “E não pode a gente, que tem a honra de ser eleito com o voto do povo, achar que é normal que a gente esteja no século 21 discutindo tantas coisas que tratam de tecnologias, inovações, e gente ainda vê tantas mulheres carregando balde de água na cabeça para poder levar água para suas casas. Isso não é justo e carece muita vontade e decisão política para fazer as coisas de jeito diferente. O presidente Lula decidiu mudar os rumos da história desse povo”, sublinhou a governadora pernambucana.
 

O prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, ressaltou a relevância da obra para a população salgueirense. “Será uma obra de fundamental importância para a vida do nosso povo. Serão 8 milhões de cidadãos nordestinos que passarão a ter segurança hídrica. É verdade que hoje, ainda, vemos as águas passarem mas, com essa segurança, a água chegará para todos e para todas. E o desenvolvimento econômico vem atrelado a isso”, ressaltou.
 

CAMINHO DAS ÁGUAS — A transposição do Rio São Francisco é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Foi idealizada e iniciada no governo do presidente Lula, com a meta de beneficiar 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais. O investimento é superior a R$ 8,2 bilhões. O projeto foi oficialmente lançado em junho de 2007, após décadas de debates sobre a necessidade de levar as águas do "Velho Chico" para regiões historicamente castigadas pela escassez de água. Foram iniciadas as principais frentes de trabalho nos dois grandes eixos — Norte e Leste —, consolidando sua autoria e compromisso com o desenvolvimento social e econômico do semiárido nordestino.
 

70 AÇÕES — Além desses grandes canais da transposição do Rio São Francisco, outros projetos de segurança hídrica – como adutoras, ramais, reservatórios – estão espalhados pelos sertões da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão, formando o Caminho das Águas. Somando estudos e projetos em andamento, são mais de 70 ações, todas elas inscritas no Novo PAC. Todo o Caminho das Águas estará em inspeção nos meses de maio e junho, por uma comitiva liderada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
 

260KM — No domingo, 25 de maio, o Caminho das Águas teve início no Eixo Norte do PISF, em Cabrobó (PE). A estrutura marca o início dos 260 km de extensão percorridos pelo Eixo Norte, responsável por levar água a 237 municípios em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. A obra beneficia 8,1 milhões de pessoas.
 

SISTEMAS — Durante a visita da comitiva, foi inaugurada a Estação de Tratamento de Água de Palestina do Cariri, na segunda-feira, 26 de maio, na área rural do município de Mauriti (CE). Ao todo, são 24 sistemas, dos quais 16 já foram entregues, com investimentos totais de R$ 126,1 milhões — R$ 112,4 milhões do MIDR e R$ 13,3 milhões do estado. O sistema de abastecimento de Mauriti beneficia 32 mil pessoas, com destaque para a comunidade de Palestina, que recebeu investimentos de R$ 10 milhões, e para a comunidade de Anauá, com R$ 15 milhões investidos.
 

CINTURÃO DAS ÁGUAS — O ministro Waldez Góes participou de visita técnica às obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), um dos principais empreendimentos hídricos do estado, nesta terça-feira, 27 de maio. Com 145 km de extensão, o CAC tem como objetivo ampliar a oferta de água para mais de cinco milhões de pessoas em municípios como Fortaleza, Juazeiro do Norte e outros atendidos pelos açudes Orós e Castanhão. A obra é executada pelo Governo do Estado do Ceará, sob a responsabilidade da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH/CE), e atualmente está com 83,49% de execução.
 

ABASTECIMENTO — A infraestrutura foi dimensionada para uma vazão de 30 m³/s e conta com um investimento total superior a R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão são provenientes de recursos federais já pactuados. A previsão é de que o projeto seja concluído até 31 de dezembro de 2025. Durante a vistoria, técnicos e autoridades federais e estaduais inspecionaram o andamento da obra e discutiram os impactos positivos da integração hídrica na região. O Cinturão das Águas é peça-chave para garantir o abastecimento humano, a produção agrícola e industrial, além de fortalecer a resiliência hídrica do Ceará frente aos períodos de estiagem.

 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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