Janeiro Branco: ansiedade é a terceira maior causa de afastamentos do trabalho


Especialista em medicina ocupacional destaca que é obrigação das empresas oferecerem o suporte adequado aos funcionários com o transtorno

Um levantamento do Ministério da Previdência Social (MPS) revelou que a ansiedade foi a terceira maior causa de afastamentos do trabalho entre setembro de 2023 e setembro de 2024, ficando atrás apenas das doenças associadas à dor nas costas e transtornos vertebrais. Ainda de acordo com os dados, O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu no período 128.905 benefícios por incapacidade relacionados à ansiedade, seguido de 102.883 benefícios devido a episódios depressivos. Segundo o médico ocupacional da Clínica Três Marias, Niltes Junior, expedientes longos e exaustivos, falta de reconhecimento, comunicação ineficaz e o assédio psicológico ou sexual estão entre as causas mais recorrentes de problemas mentais no ambiente de trabalho.

“As empresas devem promover um ambiente de trabalho saudável, implementando políticas de bem-estar, horários flexíveis e suporte à saúde mental. Treinamentos sobre comunicação e resolução de conflitos também são benéficos. Além disso, criar espaços de descompressão e incentivar pausas regulares pode melhorar significativamente a rotina dos colaboradores”, orienta o especialista. Diante do problema, é fundamental que a gestão das empresas e os próprios funcionários fiquem atentos aos sinais de ansiedade como, por exemplo, dificuldade de concentração, inquietação, fadiga excessiva e mudanças constantes de humor.

No espaço ocupacional, o profissional também chama a atenção para a Síndrome de Burnout, que é um transtorno exclusivamente relacionado ao trabalho. “A 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) define o Burnout com base em três características principais: exaustão, distanciamento mental em relação ao trabalho e às pessoas e redução da eficácia profissional e pessoal”. Fisicamente, o problema ainda pode causar dores de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade e problemas gastrointestinais, ressalta. Diante do problema, a implementação de uma cultura aberta sobre saúde mental no ambiente de trabalho, a fim de incentivar os colaboradores a procurarem ajuda sem receio de estigmatização, é essencial.

Os funcionários também devem adotar medidas, priorizando tarefas e estabelecendo limites claros entre o trabalho e a vida pessoal, com o objetivo de administrar melhor o tempo e evitar o adoecimento e o estresse. “Técnicas focadas na meditação e exercícios de relaxamento podem ajudar a reduzir a ansiedade. Além disso, é importante criar uma rotina que inclua atividades de lazer e exercícios físicos, que são comprovadamente eficazes na redução do estresse”, recomenda o médico ocupacional.

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