Acidentes domésticos são a principal causa de morte de crianças e adolescentes


A preocupação aumenta nas férias, período em que ficam mais tempo em casa. Questão revela a importância dos primeiros socorros


Segundo o Ministério da Saúde, acidentes domésticos estão entre as maiores causas de mortes de crianças e adolescentes com idade entre zero e 14 anos. A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que 90% desses acidentes são considerados preveníveis. Dentre os principais estão os cortes, quedas, engasgos/sufocação, queimaduras e intoxicações.


A atenção deve ser redobrada nas férias escolares, período em que ficam mais tempo em casa. De acordo com a enfermeira e facilitadora do Centro de Simulação da FPS, Claudiane Ventura, quando algo acontece, além de manter a calma, é preciso tomar algumas medidas de primeiros socorros. Confira alguns casos e recomendações.

 

Afogamento

 

“Em caso de afogamento, o ideal é resgatar a criança da água e verificar se está respirando. Caso sim, lateralizar a cabeça para expelir água. Se não respirar, é preciso iniciar compressões torácicas e ventilação boca a boca. Além de, claro, solicitar ajuda médica imediatamente”, explica Claudiane. Também é importante prevenir: nunca deixar a criança sozinha em banheiras, baldes ou piscinas; usar bóias e coletes salva-vidas e retirar brinquedos da piscina para evitar que crianças se aproximem.

 

Engasgo/Sufocação

 

Claudiane aponta duas técnicas para agir diante desses casos: 

 

1. Técnica de Heimlich (para crianças maiores de 1 ano):

 

É importante colocar-se atrás da criança. Fazer um punho com uma das mãos e posicioná-lo entre o umbigo e a parte inferior do esterno (osso do meio do tórax). Com a outra mão, segurar o punho e realizar compressões rápidas e firmes para dentro e para cima, como se estivesse desenhando um “J”. As compressões devem continuar até que o objeto seja expelido ou a criança comece a tossir ou respirar normalmente.

 

“Caso a criança perca a consciência, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP) e chame ajuda médica imediatamente”, reitera Claudiane. 

 

2. Técnica para bebês (menores de 1 ano):

 

De acordo com Claudiane, nesta técnica, deve-se segurar o bebê de bruços, apoiando o rosto na mão e o corpo no antebraço, mantendo a cabeça ligeiramente mais baixa que o tronco, apoiando o antebraço sobre a coxa para estabilidade. Com a base da palma da outra mão, dar cinco batidas firmes e rápidas no meio das costas, entre as escápulas (omoplatas) e depois verificar se o objeto foi expelido.

 

Se o objeto não for expelido, o bebê deve ser virado de barriga para cima, mantendo-o com a cabeça mais baixa que o corpo. Em seguida, com dois dedos (indicador e médio), localizar o meio do peito, na linha imaginária entre os mamilos e realizar cinco compressões rápidas e suaves, pressionando cerca de 4 cm de profundidade. As cinco batidas nas costas e cinco compressões no peito devem continuar sendo alternadas até o objeto ser removido ou a ajuda médica chegar.

 

“É válido fazer uma observação importante: nunca coloque os dedos na boca da criança para tentar retirar o objeto, a menos que ele esteja claramente visível e acessível. Isso pode empurrar o objeto ainda mais para as vias aéreas. Se a criança perder a consciência, inicie RCP imediatamente e peça ajuda (192 – SAMU)”, afirma Claudiane.

 

Queimaduras

 

Em caso de queimadura, deve-se lavar o local com água fria corrente, não perfurar bolhas e nem aplicar substâncias caseiras. “O ideal é cobrir com pano limpo e procurar atendimento médico”, afirma Claudiane. Para prevenir, é importante manter as crianças longe da cozinha e fogões, usar as bocas traseiras do fogão, proteger tomadas e evitar fios elétricos acessíveis.

 

Quedas

 

Diantes de quedas, a recomendação é ligar para emergência em situações de: bebês com menos de 3 meses; quedas de mais de 1 metro para crianças menores de 2 anos; perda de consciência, vômitos, sangramentos ou hematomas graves.

 

Intoxicações

 

Nesses casos, a enfermeira não indica a provocação do vômito e sim levar, imediatamente, a uma unidade médica junto com a embalagem da substância que causou o quadro.

 

Aprendendo técnicas

 

Claudiane reforça ainda a importância de supervisão constante e orientação adequada sobre comportamentos seguros. “Os primeiros socorros mantêm a vítima estável até que um serviço médico especializado chegue ao local ou a leve ao hospital. É uma competência que todos deveriam aprender e praticar, pois pode salvar vidas, minimizar lesões e acelerar a recuperação em situações de emergência”, complementa. 

 

Escolas, pais ou responsáveis devem estar atentos e podem procurar locais para se aprofundar nestas técnicas, de forma prática. No Centro de Simulação (CSim) da Faculdade Pernambucana de Saúde, os treinamentos de primeiros-socorros são realizados, em adequação com a Lei Lucas, visando tanto prevenção como aplicação de técnicas de socorro em cenários simples e complexos, em um ambiente seguro e livre de riscos.

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