Base aliada não garante veto à denúncia de Janot contra Temer

Do Estadão

Planalto alega que Janot age de maneira pessoal ao acusar Temer 
Crédito: Marcos Correa/PR - 21/10/2016

Delações de executivos da Odebrecht à operação Lava Jato levaram o Ministério Público de São Paulo a instaurar 29 inquéritos e desarquivar outros dez para apurar supostas fraudes envolvendo responsáveis pelo Metrô, agentes públicos e políticos paulistas. A maioria das investigações é relacionada ao pagamento de propinas e caixa dois durante campanhas eleitorais de 1994 a 2012. Verbas de obras públicas podem ter sido desviadas para o pagamento de funcionários e políticos.

Líderes da base aliada de Michel Temer na Câmara alertam não ser possível assegurar a rejeição da denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar até esta terça-feira contra o presidente. Mesmo com uma coalizão estimada em cerca de 400 deputados, parlamentares ponderam que o teor da acusação formal e os seus desdobramentos podem influenciar o posicionamento dos congressistas, aumentando o risco de Temer sofrer um revés.

O Planalto aposta em uma estratégia jurídica associada à política para derrubar a denúncia. Temer passou o final de semana tratando do tema. No sábado, viajou a São Paulo para se encontrar com seu advogado Antonio Mariz. Já no domingo, ele se reuniu no Palácio da Alvorada com ministros, líderes e aliados no Congresso.

O peemedebista é investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Janot poderá apresentar uma única denúncia ou fatiá-la de acordo com os crimes apurados. A argumentação do Planalto foca na figura do procurador-geral da República, alegando que Janot age de maneira pessoal ao acusar Temer. Outro argumento é o de que a classe política deve se unir para salvar o presidente porque, caso contrário, toda ela estará ameaçada.

E enquanto a ala política do governo tenta viabilizar um "pacote de bondades" para aplacar a crise, a área econômica convive com incertezas sobre arrecadação de mais de R$ 90 bilhões em receitas extraordinárias previstas para este ano.

A queda da arrecadação decorrente da atividade econômica fraca é outro problema. Para economistas, qualquer redução nos valores esperados pode comprometer o Orçamento e ampliar risco de descumprimento da meta de resultado primário, que prevê déficit de R$ 139 bilhões.

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