É tenso o clima entre grupos de Eduardo e João Lyra


É tenso o clima entre os grupos do governador Eduardo Campos e do vice João Lyra, que assumirá o governo do Estado, tão logo o governador deixe o cargo para disputar a sucessão presidencial. O quadro entre os dois está descrito em ampla reportagem do Jornal do Commercio, com amplos detalhes do que ocorre. Reproduzimos aqui alguns dos principais tópicos da reportagem publicada neste sábado:

''Por maiores que sejam os esforços dos aliados em negarem, é azedo o clima entre o governador e o vice. Pessoas de trânsito com Lyra argumentem que a tradição política de 60 anos da família vai pesar para um diálogo mais profissional nesse momento de transição. Mas é essa palavra que incomoda. Mesmo estando no governo socialista há mais de sete anos, está em curso uma mudança de comando com contornos que se assemelham aos de gestões distintas.

''O único sinal claro de afinação entre o vice João Lyra (PSB) e o governador Eduardo Campos (PSB) é na articulação dos bastidores para negar o azedume. E apontar que a gestão Lyra terá um brilho próprio. 'Lyra é Lyra e Eduardo é Eduardo', analisa o grupo alinhado ao vice.

''Os socialistas ligados ao governador Eduardo Campos trabalham em passar a imagem de que o clima com o vice-governador já foi controlado após as discussões sobre a sucessão. João Lyra, inclusive, declarou recentemente que estará engajado na campanha de Paulo Câmara (PSB) ao governo do Estado.

UM CALDO GROSSO

O 'caldeirão' que o vice-governador João Lyra (PSB) está mexendo para assumir o governo Eduardo Campos (PSB) a partir de 4 de abril, até agora, está gerando um caldo grosso e difícil de digerir.

O vice-governador se preocupa em estar preparado para o ano de 2014. O primeiro obstáculo está no orçamento espremido. A informação é que teria disponível 30% dos R$ 3,7 bilhões em investimentos para rubricas com seu DNA.

REUNIÃO TENSA

''Ontem, após várias reuniões entre Lyra e o secretariado estadual durante a semana, o vice encontrou-se com Eduardo. Na pauta oficial, apenas uma conversa sobre ajustes e afinação desse processo de transição. A reunião durou cerca de três horas e não contou com a participação de mais ninguém, o que deixa evidente que os dois tiveram um encontro marcado pela tensão.

Alijado das discussões sobre a escolha do candidato à sucessão de Eduardo Campos - o escolhido foi o secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB) -, o vice-governador deu um passo para o início da sua gestão, indo de encontro à expectativa de que seu governo vai ser um braço da administração de Eduardo. Ao longo da semana passada, Lyra decidiu mergulhar nos dados do governo.

LYRA QUER SABER TUDO

''Preocupado com o cenário que vai encontrar, Lyra, desde a última segunda (10), tem dedicado o dia para conhecer de perto cada detalhe da administração. Ele reuniu o núcleo duro do governo para saber o que está em andamento, o que está pendente e o que é possível ser feito antes do término do governo. As primeiras reuniões foram com representantes da Secretaria de Planejamento, Administração e a Controladoria Geral.

Foi pego de surpresa inclusive por dois convênios, assinados semana passada entre o Estado e a Prefeitura de Caruaru, liberando R$ 25 milhões para José Queiroz. Logo em Caruaru, principal reduto do vice.

Isso azedou mais a relação já desgastada com a escolha de Paulo Câmara para ser o candidato do PSB ao governo. Além de ter sido preterido, Lyra foi alijado do processo. Agora é possível entender porque, em 2010, Lyra chegou a sair da chapa da reeleição. Depois, voltou-se atrás e ele foi mantido.

Escrito por Magno Martins

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