Da Fila do Osso à Picanha: Um Drama Nacional

JAIRO GOMES

Ah, os tempos mudaram! Lembram-se dos dias em que a fila do osso era tratada quase como uma atração turística? Para muitos, era quase uma “tradição”, um sinal claro da “resiliência” do povo brasileiro. Alguns achavam até bonito! E quem estava na fila? Cidadãos humildes, lutando por um pedaço de osso com mais entusiasmo que torcedor em final de campeonato.

Mas vejam só: agora, esses mesmos cidadãos trocaram a fila do osso pela churrasqueira, e a indignação começou! A picanha, antes um sonho distante, tornou-se realidade para muitos. Quem diria que um corte de carne poderia despertar tanta controvérsia? Aqueles que achavam poético o cenário da fome, agora estão inconformados. Como assim o brasileiro médio ousa colocar picanha na grelha? Onde já se viu?

E aí, meus amigos, chegamos ao ponto crucial da nossa análise econômica. Está na moda criticar quem come picanha. Sim, porque aparentemente, ver o pobre comendo carne de qualidade é o novo escândalo nacional! Até parece que o PIB desaba cada vez que uma peça de carne é assada em alguma varanda por aí. O IBGE devia até criar um índice para medir isso: o Índice de Picanha Consumida (IPC) – quem sabe a economia brasileira não esteja sendo sustentada pelo churrasco de fim de semana?

É claro que o preço da carne subiu, e o consumidor brasileiro precisou se adaptar. Acontece que, no atual cenário, as panelas do povo estão um pouco mais fartas, e alguns já não precisam mais disputar ossos como se fosse ouro. O que antes era luxo, agora é parte do cardápio – e isso está incomodando quem sempre achou que pobreza e escassez eram parte natural da vida.

Então, fica a pergunta no ar: será que o problema não é a picanha em si, mas quem está comendo ela? Afinal, quando só alguns podiam se dar ao luxo, ninguém reclamava. Agora, que a carne está na mesa de mais gente, parece que o tempero ficou indigesto para alguns paladares.

No fim das contas, meu caro leitor, vivemos num país onde a economia é sempre discutida com a profundidade de um programa de churrasco. E se tem uma coisa que aprendemos com essa história toda é que, por aqui, o problema nunca foi a carne – mas sim quem está comendo ela.

Agora, com licença, que o fogo já está aceso e minha picanha está no ponto!

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