Lula tem aprovação de 60%; avaliação melhora entre evangélicos e em reduto de Bolsonaro, diz Quaest

Pequisa da Quaest apontou que Lula tem mais aprovação do que rejeição em todas as regiões do País 
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Aprovação do presidente na região Sul, que votou majoritariamente em Bolsonaro nas eleições de outubro, cresceu de 48% para 59% em dois meses, segundo o instituto de pesquisas

Por Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – Uma nova pesquisa de avaliação de governo indicou que 60% dos eleitores brasileiros aprovam o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse é o maior índice já registrado pela série histórica do levantamento Genial/Quaest, iniciada em fevereiro. Lula também teve uma melhora entre evangélicos e moradores da Região Sul, agrupamentos que concentram um grande número de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação do trabalho feito pelo petista cresceu quatro pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior, feita em junho pela Quaest. Outros 35% do eleitorado disseram desaprovar a atuação do presidente, cinco pontos percentuais a menos do que o registrado na pesquisa anterior.

Na avaliação geral do governo, 42% consideram positivo o mandato do chefe do Executivo, um crescimento de cinco pontos percentuais em comparação com o estudo anterior. Outros 29% avaliaram como regular o desempenho da gestão petista e 24% qualificam o resultado como negativo. Em junho, a reprovação do governo era de 27%.

Aprovação cresce entre evangélicos e na Região Sul

A aprovação de Lula também aumentou entre o grupo evangélico que, nas eleições de outubro, foi um público-alvo da campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em junho, 44% aprovaram o trabalho feito pelo petista, agora, 50% avaliam o petista positivamente. Os que desaprovavam eram 51% e passaram a ser 46%, uma redução de cinco pontos percentuais.

Na região Sul, também houve resultados positivos para o presidente. A aprovação subiu de 48% para 59%, um crescimento de 11 pontos percentuais. A rejeição também caiu 11 pontos, passando de 49% para 38%. No segundo turno das eleições de outubro, Bolsonaro venceu Lula por 58,9% a 41,1%, uma diferença de quase três milhões de votos válidos, nos Estados da região.

Pela primeira vez desde o início da série histórica, o trabalho feito por Lula é mais aprovado do que rejeitado em todas as cinco regiões do País, com destaque para o Nordeste, reduto petista, onde 72% apoiam a gestão.

Entre aqueles que disseram que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 70% desaprovam o petista, com uma redução de seis pontos percentuais comparado à pesquisa feita em junho pela Quaest, quando a rejeição desse público foi de 76%. A aprovação do petista entre os eleitores do ex-presidente cresceu de 22% para 25%.

Economia é o maior problema

A percepção sobre os rumos da economia nos próximos 12 meses é positiva para 59% dos entrevistados e negativa para 22%, o que pode ter um peso importante para a melhora da avaliação do petista, atestado pelo instituto de pesquisas. O tema foi apontado como o maior problema atual do País por 31% dos entrevistados, sendo seguido por questões sociais, com 21% das respostas.

Perguntados sobre programas feitos pelo governo nos sete primeiros meses de mandato, dois projetos se destacaram entre os respondentes: o Plano Safra, que dá fomentos à agricultura, foi aprovado por 79%, e o Desenrola, que promove a renegociação de dívidas, foi avaliado como positivo por 70%.

Leia mais sobre os programas
O único resultado negativo, segundo a Quaest, foi a avaliação geral do governo entre aqueles que recebem mais do que cinco salários mínimos. A reprovação do Executivo cresceu de 33% para 36%, enquanto que a aprovação passou de 29% para 34%. Desse grupo, 28% consideram o mandato como regular. Recentemente, o Palácio do Planalto revelou o objetivo de aumentar a taxação dos “super-ricos” através de um projeto que deve ser enviado à Câmara ainda neste mês de agosto.

Eleitorado vê melhora em relação com o Congresso

A Quaest também perguntou aos entrevistados sobre a relação entre Lula e o Congresso. Para 43%, Lula está tendo uma maior facilidade do que o ex-presidente Bolsonaro em discutir com os parlamentares, um crescimento de 12 pontos percentuais comparado à última pesquisa. Já 38% analisaram que o presidente está tendo uma maior dificuldade, 13 pontos a menos do que em junho. Atualmente, o petista trabalha para incluir o Centrão no governo, com o objetivo de melhorar a governabilidade

A pesquisa da Quaest ouviu 2.029 pessoas entre os dias 10 e 14 de agosto, em entrevistas presenciais que utilizaram questionários estruturados. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%.

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