Luiza Trajano, da Magalu, é destaque no The New York Times

Reportagem do jornal estadunidense fala sobre a possibilidade da empresária ser vice de Lula e também de quando ela foi chamada de “socialista” por Bolsonaro

Revista Forum

A empresária Luiza Trajano no programa Roda Viva, da TV Cultura 
(Divulgação/TV Cultura)

Sob o título “A estrela bilionária que subiu ao assumir uma postura ousada sobre o racismo no Brasil”, o The New York Times, um dos principais jornais dos EUA, traçou um longo perfil sobre Luiza Trajano, a empresária dona e fundadora do Magazine Luiza.

A matéria inicia com a história da instituição do programa de trainee destinado apenas às pessoas negras no Magazine Luiza.

“Nas minhas festas de aniversário, não há nenhuma mulher negra”, lembra Trajano de ter pensado. ‘Isso é racismo estrutural que, no meu caso, não nasce da rejeição, mas do fracasso em buscá-los’. Aquele momento de introspecção para Trajano, que havia transformado uma pequena empresa familiar em um gigante do varejo, ajudou a plantar as sementes para uma iniciativa de ação afirmativa corporativa ousada, que atraiu elogios, indignação e muito exame de consciência no Brasil”.

Os conflitos com os bolsonaristas

Após relatar o sucesso, mas também as reações negativas que o programa trainee elaborado por Trajano suscitou, o NYT descreve a personagem de Trajano como alguém de sucesso, mas também como a personalidade que entrou na mira do presidente Bolsonaro.

“O anúncio, em setembro de 2020, gerou um dilúvio de cobertura de notícias e comentários. Muito disso era crítico. A hashtag #MagaluRacista – que significa Magalu racista – foi tendência no Twitter por dias. Um legislador próximo a Jair Bolsonaro, o presidente conservador do Brasil, pediu aos promotores federais que abrissem uma investigação sobre a empresa, argumentando que o programa violava as proteções constitucionais”, destaca a publicação.

Os elogios de Lula

O jornal também destaca o fato de Luiza Trajano, atualmente, ser cortejada por partidos políticos para que se candidate a algum cargo ou, como muito se especulou, assuma a vice na chapa de Lula.


“Em um mundo onde bilionários queimam fortunas em aventuras espaciais e iates, Luiza se dedica a um tipo diferente de odisseia”, escreveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro passado na revista Time, que elegeu Trajano como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. “’Ela assumiu o desafio de construir um gigante comercial e ao mesmo tempo construir um Brasil melhor’”.

As especulações de que Trajano poderia ser vice de Lula também foram levantadas pelo NYT.

“Tem havido fervorosas especulações online de que Trajano poderia ser um curinga nas eleições presidenciais deste ano, talvez como companheira de chapa de Lula, o favorito na disputa. Embora ela tenha categoricamente descartado tal papel, está claro que Bolsonaro passou a vê-la como uma ameaça às suas perspectivas de reeleição”.

Luiza Trajano socialista?

Transformada em inimiga pelo presidente Bolsonaro após ter o seu nome vinculado ao do ex-presidente Lula, o NYT relembra o momento em que Bolsonaro classificou a empresária como socialista.

(…) em meio a especulações de uma parceria política entre Lula e Trajano, a quem o presidente chamou de “socialista”. Mais tarde naquele dia, quando a Sra. Trajano foi questionada sobre o comentário do presidente [Bolsonaro], ela disse que não achou o rótulo ofensivo. “Acho que a desigualdade social deve ser enfrentada”, disse ela. “Se isso é ser socialista, então sou socialista”.

A matéria na íntegra pode ser conferida aqui.

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