Para Paulo Câmara e Armando Monteiro, 2018 começou mais cedo

Governador e senador repetem batalha de 2014 e já miram confronto eleitoral no Estado

Armando Monteiro e Paulo Câmara travam batalha para ver quem levará a melhor em 2018 - Arnaldo Carvalho/JC Imagem


Franco Benites
Do Jornal do Commercio

Para o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro (PTB), 2018 chegou mais cedo. Ou melhor, 2014 não acabou. Adversários na disputa pelo governo estadual há dois anos, o socialista e o petebista continuam em batalha e a rivalidade novamente é motivada pela vontade de comandar o Estado.

O governador tem evitado o confronto direto com Armando. Na maioria das vezes, prefere ignorar as críticas do adversário e escala seus auxiliares para responderem ao senador. Paulo também evita falar se vai disputar a reeleição. Em entrevista à Rádio Jornal na semana passada, ele declarou que o momento não é para tratar de uma nova disputa eleitoral.


“Ser candidato em 2018 e trabalhar isso agora é um desserviço à população pernambucana. O que eles querem de mim é trabalho, esforço, dedicação e isso é que vou fazer”, afirmou.

Armando procura “estadualizar” suas declarações e é mais enfático ao se colocar como opção para governar Pernambuco. Após passar um tempo afastado das questões locais, o que rendeu críticas de aliados, o senador voltou a dar mais atenção à política pernambucana. Desde então, não perde a chance de apontar o que considera as principais falhas da atual gestão estadual.

Recentemente, Armando criticou a forma como Paulo Câmara conduziu as negociações com a Polícia Militar e afirmou, na tribuna do Senado, que o governador tem um “déficit de articulação política”. O petebista culpou o socialista pelo fato de Pernambuco ficar fora do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) lançado pelo governo Michel Temer (PMDB). Também no Senado, Armando disse que Paulo não se preparou para enfrentar a seca no Estado.

Nas poucas vezes em que respondeu a Armando, Paulo rotulou as críticas adversárias como “vazias”. Já seus aliados são mais duros nas contestações. Na última semana, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) declarou que o petebista só aparece em ano de eleição e o classificou como “retrógrado”.

O socialista ainda afirmou que Armando foi derrotado politicamente como senador uma vez que a Câmara dos Deputados derrubou este mês as mudanças feitas pelo Senado no projeto de renegociação das dívidas dos estados. O petebista foi o relator das alterações.

A escalação de aliados para bater em Armando inclui os secretários Nilton Mota (Agricultura) e Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico). Nilton acusou o senador de tentar tirar proveito eleitoral da seca devido às declarações de que Paulo não agiu para minimizar os efeitos da estiagem. De saída do governo para voltar a advogar, Norões declarou na semana passada, sem citar o senador, que a seca estava sendo tratada de maneira distorcida e com má fé. Ele também ressaltou que Paulo Câmara terá como uma das principais marcas de gestão a transformação do Estado na área de recursos hídricos.

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