14% da população mundial está viciada em alimentos ultraprocessados, aponta estudo


O consumo de alimentos ultraprocessados tende a gerar patologias como a obesidade e outras doenças crônicas como a hipertensão

 

Guloseimas industrializadas, salgadinhos de pacote, refrigerantes, pizzas congeladas, salsicha são consideradas comidas ultraprocessadas, feitas com partes de alimentos e que geralmente contêm aditivos sintéticos, como corantes, aromatizantes e conservantes. O consumo a longo prazo desses alimentos pode desencadear diversas doenças crônicas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e inflamatórias, além de gerar vício em quem consome tais comidas.

 

Segundo o estudo publicado na revista científica British Medical Journal, 14% da população mundial está viciada em alimentos ultraprocessados. Durante a pesquisa, a equipe de pesquisadores realizou a revisão de 281 estudos de 36 países dos mais diferentes, o estudo também revela que um em cada sete adultos tem “dependência de alimentos ultraprocessados”. Para o nutricionista e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Cassio Ribeiro, dados como estes são alarmantes.

 

“O consumo de alimentos ultraprocessados tende a gerar patologias como a obesidade e outras doenças crônicas, como a hipertensão. Esse número é muito alarmante e todos precisam estar mais atentos, porque hoje a mídia, infelizmente, incentiva muito a compra e o consumo e quando falamos dessas comidas, falamos sobre a procedência. Hoje as pessoas estão mais desembalando do que descascando os alimentos e isso tem um impacto nutricional gigantesco, que atinge diretamente a saúde e, futuramente, a qualidade de vida das pessoas, e, também, a longevidade”, enfatiza.

 

O estudo também revela que 12% das crianças, sendo uma em cada oito crianças com dependência em alimentos ultraprocessados. Já para esses dados o especialista ainda demonstra preocupação, e fala sobre a obesidade infantil. “Hoje vemos cada vez mais que os ultraprocessados já estão sendo introduzidos na alimentação das crianças e, consequentemente, trará maiores impactos no futuro. É uma realidade triste, mas que podemos e precisamos, como profissionais, estar mais atentos para orientar de forma mais ativa”.

 

Sair da dependência de algum alimento ultraprocessado não é fácil, mas o primeiro passo é ir em busca de profissionais preparados para obter ajuda. Atualmente o Ministério da Saúde deixa disponível para toda a população o Guia Alimentar da População Brasileira, disponível na internet. “O Guia traz informações extremamente importantes, como, por exemplo, o incentivo para que as pessoas passem a consumir mais alimentos in natura. A gente sabe que os alimentos ultraprocessados não vão sair de uma hora para a outra da alimentação, mas as pessoas também podem estar fazendo escolhas mais conscientes diante desse parâmetro que a gente vê, desses dados alarmantes e que, consequentemente, vai ter impacto na saúde”, conclui. 

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