Governo Bolsonaro quase zera orçamento de programas alimentares para 2023
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Pequenos agricultores e comunidades quilombolas são os principais atingidos pela medida
(Getty Image)
Governo Federal cortou orçamentos de combate à fome para 2023
Verbas ficaram de 95% a 97% menores no Orçamento do ano que vem
30% das famílias brasileiras estão em situação de insegurança alimentar
O mandato de Jair Bolsonaro (PL) termina em 31 de dezembro de 2022. Caso o atual presidente não seja reeleito, deve deixar um desafio para o próximo governante brasileiro: principais programas de assistência alimentar foram praticamente extintos do Orçamento de 2023.
Com cortes que variam de 95% a 97%, ações como o Alimenta Brasil devem encontrar dificuldades para se manter no próximo ano. Na prática, isso significa que o aumento de verbas para esses programas passa a depender do interesse de repasse de parlamentares através de emendas e negociação antes da votação do Orçamento, que deve ocorrer após as eleições.
Pequenos agricultores e comunidades quilombolas são os principais atingidos pela medida. Ao diminuir o repasse de verbas, essa parcela da população perde renda e diminui a integração das produções.
O Alimenta Brasil é conhecido como o principal programa de compra de alimentos da agricultura familiar. Na ação, a comida é doada para pessoas em situação de insegurança alimentar.
Fome é uma das principais preocupações do país
Atualmente, 30% das famílias enfrentam algum risco de insegurança alimentar. No final do governo do atual presidente, 125,2 milhões de brasileiros não sabem se vão ter o que comer, conforme dados do estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), divulgado neste mês.
A pesquisa aponta que a fome dobrou nas famílias com crianças menores de 10 anos nos últimos dois anos. Em 2020, o percentual era de 9,4%. Nos domicílios apenas com moradores adultos, a segurança alimentar chegou a 47,4%.
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