MARINA PEDE ELEIÇÕES, MAS NÃO DIZ COMO GOVERNARIA



À frente de um partido ainda minúsculo, com apenas cinco deputados e um senador, e sem vocação para alianças, a presidenciável Marina Silva lançou uma campanha ilusória; pediu novas eleições, como se um novo governo, legitimado pelas urnas, pudesse tirar o País da crise atual; Marina lançou sua tese um dia depois da Folha de S. Paulo publicar o editorial "Nem Dilma nem Temer", que vai pelo mesmo caminho; nesta terça-feira, 5, a Rede anunciou que irá se aliar ao PSDB nas ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE; Marina, no entanto, não indica nenhum caminho para resolver a crise de governabilidade e do modelo político brasileiro; ela não diz, por exemplo, como faria para aprovar qualquer projeto numa Câmara dos Deputados onde o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enredado em diversos escândalos de corrupção, controla mais de 100 deputados, evita sua cassação e ainda é capaz de levar adiante processos de impeachment ilegítimos

247 – De todas as ideias que surgiram até agora, nenhuma é tão ilusória e sem sentido quanto a proposta de novas eleições presidenciais – sugerida pela Folha de S.Paulo no último domingo e, um dia depois, abraçada com entusiasmo pela ex-senadora Mariana Silva, que lidera a pesquisa Datafolha.

"Para a REDE, a solução para a atual e grave crise política do país não está nem na presidente Dilma Rousseff, nem no seu vice Michel Temer, porque ambos são responsáveis pela atual situação do Brasil. Por isso, a realização de um novo pleito é a melhor forma de enfrentar todo esse contexto, ao devolver à sociedade a opção de rever sua opção através do voto", diz o partido de Marina, em sua página na internet. "A REDE acredita que só uma nova eleição dará legitimidade ao novo Governo capaz de liderar o país para a renovação política, ética e moral."

Suponha, então, que Marina confirme as pesquisas Datafolha e se eleja presidente da República, ainda em 2016. Como ela, à frente de um partido com apenas cinco deputados e um senador, iria governar um País como o Brasil? Como encaminharia reformas estruturais? Como aprovaria questões básicas da administração, como o orçamento federal? Como atuaria numa Câmara dos Deputados onde o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enredado em diversos escândalos de corrupção, controla mais de 100 deputados, evita sua cassação e ainda é capaz de levar adiante processos de impeachment ilegítimos?

Novas eleição não fazem qualquer sentido se um eventual acordo nessa direção não for precedido de uma reforma política. Caso contrário, será a receita para atirar o País numa crise ainda mais profunda.

REDE se alia ao PSDB no TSE

A Rede Sustentabilidade anunciou nesta terça-feira, 5, que vai se associar formalmente às ações que pedem a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a iniciativa, Marina se junta formalmente ao também derrotado nas eleições de 2014 Aécio Neves, na tentativa de derrubar o mandato de Dilma.

A Rede lançará uma campanha intitulada "Nem Dilma nem Temer. Nova eleição é a solução", mesmo argumento defendido pelo jornal Folha de S. Paulo. Apesar da ofensiva no TSE, a Rede liberou seus parlamentares a votarem o impeachment do modo que julgarem conveniente.

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