Editorial de Páscoa: O Brasil Adoeceu

A Páscoa é o tempo da renovação. Tempo de lembrar o sacrifício de um homem que pregou o amor, a compaixão, o perdão. Jesus Cristo não pediu armas. Não defendeu torturadores. Não usou o nome de Deus para pregar o ódio.

Mas no Brasil, vimos o contrário virar regra.
Vimos o absurdo ser aplaudido.
Vimos a fé ser sequestrada para servir a um projeto de poder.

Um homem chegou à presidência dizendo, sem pudor: 
✔ “Sonego imposto!”
✔ “Não aceito filho gay!”
✔ “Filha mulher é fraquejada!”
✔ “Torturador é herói!”

E o que fizeram? O transformaram em símbolo: 
✝ Exemplo de fé
👨‍👩‍👧 Defensor da família
🇧🇷 Patriota de bem

Isso não é cristianismo.
Isso é distorção.
Isso é doença moral.

Em nome da religião, atacaram professores, artistas, jornalistas, indígenas, mães solo, o povo LGBTQIA+, a ciência, a democracia.

A cruz virou escudo para o preconceito.

A Bíblia foi usada como manual de guerra cultural.

E o povo... aplaudiu. Rezou, orou, junto. Defendeu com unhas, dentes e memes.

Mas que fé é essa que se alimenta do ódio?
Que família é essa que exclui quem ama diferente?
Que pátria é essa que homenageia torturadores e despreza a dor?

Não. Jesus não estaria nesse palanque.
Ele estaria com os marginalizados. Com os esquecidos.
Com os que foram ridicularizados em nome de um falso moralismo.

A verdade é dura, mas precisa ser dita:
O Brasil adoeceu.
E parte dessa doença vestiu a capa da fé.

Este não é um editorial político. É um grito espiritual.
É um apelo por lucidez, por consciência, por memória.

A Páscoa não é sobre armas, nem sobre mitos, nem sobre salvadores de ocasião.
A Páscoa é sobre amor.

E o amor, de verdade, não combina com arrogância, nem com intolerância, nem com idolatria ao poder.

📚 Quando os livros de história contarem essa fase, vão tremer.

Porque essa página foi escrita com o sangue da verdade distorcida.

E sim, vai doer. Vai arder.

Mas precisa ser lembrada.

Para que nunca mais se repita.

Neste domingo de Páscoa, que cada brasileiro olhe para dentro e se pergunte:

A que Cristo eu tenho servido?
O do amor? Ou o da conveniência?

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