O presidente Lula adiou para abril a divulgação do novo arcabouço fiscal. Ele disse que o governo não vai ter “pressa” para apresentar a nova regra, que só será divulgada após sua viagem à China, de 26 a 31 de março. A justificativa para o adiamento é de que não faria sentido apresentar o plano e, em seguida, os membros do governo viajarem e não estarem disponíveis para prestar esclarecimentos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o arcabouço vai prever uma recomposição das “perdas” que saúde e educação tiveram com a regra do teto de gastos desde sua implementação, em 2017. Uma fonte da área econômica disse ao Estadão que está sendo discutido o valor da reposição. Como o teto vai acabar, os pisos — aplicação mínima de 15% da Receita Corrente Líquida para a saúde e de 18% da receita de impostos para a educação — voltam a valer. Há uma discussão para que esses pisos migrem para um modelo de vinculação a indicadores per capita, não ficando sujeitos à flutuação de receitas do ciclo econômico. (Globo e Estadão) Míriam Leitão: "O adiamento da divulgação do arcabouço fiscal é uma demonstração evidente que o presidente Lula não gostou do projeto do ministério da Fazenda". (Globo) Haddad disse que está otimista sobre encontrar equilíbrio entre sustentabilidade fiscal e desenvolvimento socioeconômico e previu que as medidas necessárias devem ser aprovadas até o fim do ano. Ele afirmou que, em abril, o governo vai apresentar um conjunto de medidas, como um novo marco regulatório para as parcerias público-privadas e ações para melhorar o ambiente de crédito, que estão em elaboração pelo Tesouro Nacional e o Banco Central, respectivamente. (Agência Brasil) O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou ontem a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de manutenção em 13,75% ao ano. O Copom anunciará a decisão hoje. Em entrevista ao Brasil247, Lula afirmou que vai continuar pressionando pela redução: “Eu vou continuar batendo, tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento”. (Agência Brasil e Brasil247) Já Rui Costa, da Casa Civil, afirmou ao Estúdioi, da GloboNews, que a taxa de juros do empréstimo consignado para beneficiários do INSS deve ficar abaixo de 2%. Segundo ele, a decisão final deve ser tomada até terça-feira. Ele também acrescentou que está trabalhando para refinar a proposta de redução do valor de passagens aéreas e que Lula já definiu o nome dos dois novos diretores do BC. Segundo apuração da Folha, os escolhidos são Rodolfo Fróes, do mercado financeiro para assumir o posto de diretor de Política Monetária do Banco Central; e Rodrigo Monteiro, servidor de carreira, para ser titular da área de Fiscalização da instituição. (g1 e Folha) O mecanismo de destinação de verbas do Orçamento dos ministérios para prefeituras, o RP2, vem sendo usado sem dar transparência para o parlamentar que indica a verba, numa espécie de “reciclagem” do chamado “orçamento secreto”, que usava a rubrica RP9, decretada inconstitucional pelo STF no ano passado. Foi o que aconteceu com o envio, pelo Ministério da Integração, de R$ 124 milhões à superintendência da Codevasf em Alagoas, órgão comandado desde 2021 por João José Pereira Filho, o Joãozinho, primo do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). O dinheiro vai financiar obras em dez cidades do estado, nove delas governadas por aliados do parlamentar alagoano. Procurado, Lira afirmou que “a relação das prefeituras e estados com a União se dá entre membros do Poder Executivo, por meio de projetos devidamente aprovados e sujeitos à fiscalização pelos órgãos competentes”. O Planalto não se manifestou. (Globo) O PT tem um jeito próprio de governar — “é fazendo obras e programas sociais”, explicou um observador atento com acesso diário às principais salas do Planalto. Para Lula governar como Lula, portanto, está faltando dinheiro. Não faltava quando ele foi presidente antes, mas agora é escasso. Por isso a tensão com o novo arcabouço fiscal. Por isso a dificuldade na lida com a Câmara, que abocanhou um pedaço grande do Orçamento. Para resolver ambos os problemas, de um tamanho como Lula nunca havia encarado antes, o governo tem já um esboço de plano, conta Pedro Doria, na edição de hoje do Meio Político. Os assinantes premium a recebem a partir das 11h. Assine! Em um dia de reviravoltas para o doleiro Alberto Youssef, foram proferidas ontem três decisões a respeito do delator da Operação Lava Jato e ele terminou o dia solto. O juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, decidiu cumprir decisão de 2ª instância e mandou soltar o doleiro. Foi a segunda decisão de soltura em menos de 24 horas. A medida foi tomada após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, conceder novo habeas corpus a favor do doleiro. Horas antes, o desembargador Marcelo Malucelli, do TRF4, havia entendido haver ilegalidade na decretação da prisão, ocorrida anteontem, e determinou a soltura de Youssef. Appio, no entanto, decretou nova prisão mesmo após a determinação do TRF4. Porém, em uma nova decisão, ele determinou a soltura do doleiro. (Agência Brasil) A Polícia Federal prendeu o ex-juiz federal Flávio Roberto de Souza, de 60 anos, ontem no Rio. Ele foi condenado em dezembro, em segunda instância, a sete anos de prisão pelo crime de peculato e a um ano por fraude processual. Em 2015, o então magistrado foi flagrado dirigindo o Porsche de Eike Batista. (g1) A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumiu a presidência do PL Mulher. Ela não quis comentar o escândalo das joias que o regime da Arábia Saudita enviou a ela e Bolsonaro, mas usou seu discurso para fazer ironias sobre o assunto. “Hoje a única joia aqui presente são vocês”, disse na abertura do evento. Michelle citou ainda uma passagem religiosa, dizendo que “uma mulher virtuosa vale mais que qualquer joia”. Dos EUA, por videoconferência, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou do evento e a plateia cantou parabéns para ele, que completou 68 anos ontem. Ele chorou, embargou a voz e mandou um recado a Valdemar Costa Neto e à própria Michelle: “Que nada suba à cabeça de nenhum de nós, que o ego fique para trás”. (Estadão) Meio em vídeo. Às vésperas dos 40 anos das Diretas Já, Cora entrevista Oscar Pilagallo, jornalista e autor do livro O girassol que nos tinge, que trata da influência decisiva desse movimento para a democracia brasileira. Assista em Pedro+Cora. (YouTube) Crise bancária
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