Coronavírus: infectologista descarta risco de contaminação em encomendas da China
Memes fazem piada com a teoria de que o vírus possa pegar carona em compras que vêm da China. Especialista de Sorocaba afirma que vírus não sobrevive fora do organismo.
Por Eduardo Ribeiro Jr.
Do G1
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Memes na internet fazem piada com a teoria de contrair
coronavírus de encomendas da China
Foto: Reprodução/Internet
Depois de semanas - ou até meses - de espera, aquela tão esperada compra que você fez em um site da China chega na sua casa. Você abre o pacote e, ao fazer isso, libera o temido coronavírus no ambiente.
A cena, hipotética, caiu no imaginário popular depois do surgimento da epidemia. Vários "memes" postados na internet mostram o coronavírus pegando carona em uma encomenda da China. Mas o medo de contrair o vírus dessa forma não tem nenhum fundamento, para alívio dos consumidores de plantão.
Segundo a infectologista de Sorocaba (SP), Naihma Salum Fontana, o risco de contaminação não existe. "Chance zero. O vírus não sobreviveria", explica.

Coronavírus: comprar da China pode se contaminar pelo vírus? Infectologista explica
Naihma afirma que, apesar do pouco conhecimento que se tem catalogado sobre o coronavírus, os vírus têm vida curta fora do organismo. O da HIV, por exemplo, dura até 6 horas. Já o da Hepatite C, um dos mais resistentes, pode resistir fora do corpo por até 7 dias - muito menos do que leva uma encomenda da China para chegar na casa dos brasileiros.
"A compra de um sapato, algo com material inerte (material não orgânico), não oferece risco", completa.
Segundo Naihma, apesar de ainda não se saber a origem do vírus (qual seu hospedeiro), a contaminação ocorre de pessoa para pessoa. "A principal forma de contaminação é pela via aérea, com gotículas ou aerosol, como tosse e espirro", explica.
"A ingestão de alimento contaminado é perigosa, mas, mais do que isso, a manipulação é ainda mais preocupante. Se você comer uma carne, possivelmente vai matar o vírus ao cozinhar. Já a manipulação dessa carne, a chance de contaminação é grande", completa.
Sobre os cuidados, a especialista explica que deve seguir as mesmas orientações como a de outras situações no país, como a do vírus influenza (da gripe). "Lavar as mãos é essencial."
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Infectologista de Sorocaba (SP) explica que comprar da China
pela internet não oferece risco de contaminação pelo coronavírus
Foto: Eduardo Ribeiro Jr./G1
Autoridades em alerta
As suspeitas de pacientes contaminados com o coronavírus no Brasil tem colocado as autoridades em alerta no país. Dos três casos monitorados pelo Ministério da Saúde, um deles, no Paraná, foi descartado pela Secretaria de Saúde estadual nesta quarta-feira (29). Os outros dois estão em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
A doença já matou 132 pessoas na China, até esta quarta-feira (29), com 5.997 casos suspeitos, conforme dados do governo chinês.
Para ser considerado um caso suspeito da doença, o Ministério da Saúde alerta que o paciente tem que ter os sintomas (veja abaixo), além de ter viajado para a China nos últimos 14 dias ou ter tido contato com algum caso suspeito/confirmado nesse período.
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Ciclo do novo coronavírus - transmissão e sintomas
Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
As infecções já mataram ao menos 132 pessoas na China até esta quarta-feira (29) – 125 destas mortes estão na província de Hubei e, destas, 104 ocorreram em Wuhan, cidade de 11 milhões de habitantes considerada o epicentro da doença. Em todo o país, há 5.997 casos suspeitos. Não há casos de mortes em outros países.
O pico da transmissão do coronavírus pode ocorrer em 10 dias ou até duas semanas, de acordo com autoridades chinesas.

Coronavírus: infectologista explica o que é o vírus, sintomas e prevenção
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