Retinopatia diabética deve dobrar em 20 anos


Novembro é mês de alerta com cuidados com a diabetes

A retinopatia diabética é uma das principais causas de perda visual evitável no mundo. Atualmente, 589 milhões de adultos entre 20 e 79 anos de idade vivem com diabetes no planeta, segundo o Atlas de Diabetes da International Diabetes Federation (IDF). Estima-se que este número aumente para 853 milhões até 2050. O Brasil está entre os dez países com mais diabéticos.

Com o aumento da longevidade e da prevalência do diabetes tipo 2, especialmente em países como o Brasil, as projeções para as próximas décadas indicam crescimento exponencial nos casos de retinopatia diabética. Estudos projetam que, até 2045, o número de brasileiros com alguma complicação ocular diabética poderá dobrar.

A retinopatia diabética é uma complicação progressiva que afeta os vasos sanguíneos da retina e, quando não tratada, pode levar à cegueira irreversível. Com evolução silenciosa, a doença torna a detecção precoce um fator decisivo para preservar a visão dos pacientes diabéticos”, explicou Alexandre Ventura, do Instituto de Olhos Fernando Ventura.

Nesse mês de alerta ao Dia Mundial do Diabetes, celebrado no último dia 14, o oftalmologista destaca que o olho é o primeiro órgão a ser afetado. Com a doença, pode ocorrer sangramentos na retina ou dentro do olho e edema na mácula, que é a área central da retina responsável pela visão de detalhes, cores e leitura. Além de retinopatia diabética, esse problema pode causar glaucoma e catarata.

"O diabetes é uma causa frequente de cegueira porque o olho é o órgão mais vascularizado do corpo humano. A doença afeta os vasos, artérias e veias. Quem tem hiperglicemia, ou seja, glicose aumentada no sangue, vai estar 'enferrujando' essas veias e artérias de dentro pra fora”, explica Alexandre, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça que estratégias de rastreamento populacional e acompanhamento oftalmológico periódico são essenciais, principalmente em países em desenvolvimento, onde o acesso a especialistas ainda é limitado.

DOENÇA SILENCIOSA – É possível que o paciente passe meses sem conhecimento de que possui diabetes. Por isso, o controle da glicemia, feito por exames de sangue é fundamental para diagnóstico rápido e tratamento eficaz da doença. Isso também funciona com os problemas de visão. O oftalmologista pode ser o primeiro a identificar problemas vasculares que podem ser sintomas da doença.

Se o diabético fizer um tratamento periódico, com consultas e exames de rotina, é possível tratar os problemas de visão e, em certos casos, até reverter a situação. Porém, em quadros avançados e com tempo prolongado sem tratamento, a recuperação da visão pode ser irreversível", alertou o oftalmologista.

MITOS - Não necessariamente uma pessoa que come bastante doce e carboidrato terá diabetes, pois vai depender do bom funcionamento do pâncreas. Ele é responsável por liberar a insulina, que é quem tira a glicose da veia e leva para as células. A hiperglicemia ocorre quando não há insulina suficiente.

A doença não tem cura, mas pode ser tratada. "O controle glicêmico rigoroso e hábitos saudáveis são as principais medidas a serem adotadas pelos pacientes a fim de evitar complicações. O acompanhamento oftalmológico periódico é muito importante, pois, se necessário, o paciente pode ser tratado com aplicação de laser, implantes de medicações especiais dentro do olho e cirurgia. O melhor prognóstico é a prevenção", reforça o oftalmologista do Instituto de Olhos Fernando Ventura.

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