OS SANTOS INVASORES
Dr. Paulo Lima* Sempre fui uma pessoa caseira, mesmo nos meus tempos de criança, já que adorava ir para a casa de minha avó “mãe Nem Nem”, no sítio goiabeira, em Vertentes, lugar onde nasci, para ficar correndo por entre as mangueiras e goiabeiras, molhando os pés naquele riacho de águas cristalinas, que serpentava por entre as árvores, de inverno a verão. Hoje não se sabe mais por onde corre o riacho, que somente dá o ar de sua graça quando o inverno é generoso, mesmo assim, por um curto período. É que nos dias atuais nem invernos generosos temos mais em nossa terrinha. Ainda hoje, portanto, gosto muito de ficar no sossego da casa onde resido na beira mar de Olinda. De fato, há algum tempo atrás, era um lugar tão ou mais calmo que o sítio da minha avó. Hoje, no entanto, não existe mais a tranquilidade de outrora. Nem lá, no sítio goiabeira, que nem mais sítio é, já que foi transformado numa rua, por obra e graça de um decreto fictício dos gestores daquela cidade e, também, p