Terrorismo em Brasília: TRE, prefeito do Recife e universidades repudiam atos antidemocráticos de bolsonaristas golpistas
Governadora e MPPE também repudiaram ataques. Sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto foram invadidas e depredadas no domingo (8).
Por g1 PE
Pessoas em invasões ilegais em prédios de Brasília durante o domingo (8)
Foto: Adriano Machado/Reuters
Os atos terroristas de bolsonaristas radicais, golpistas e criminosos, que invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, provocaram reações das instituições em Pernambuco. Os ataques aconteceram no domingo (8), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e foram praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE); o Ministério Público de Pernambuco (MPPE); o prefeito do Recife, João Campos (PSB); e o consórcio de universidades e institutos federais no estado expressaram repúdio aos atos terroristas. A governadora Raquel Lyra (PSDB) também condenou os crimes.
Prefeito do Recife
João Campos, prefeito do Recife, publicou um vídeo nas redes sociais, em que disse que o que aconteceu em Brasília é "inaceitável" e afirmou que os atos criminosos precisam ser severamente investigados e punidos. Ele também afirmou que é preciso saber quem financiou os atos e a logística dos crimes, bem como o "apoio político que teve por trás de cada um desses movimentos".
"Os três poderes constituídos da República foram invadidos. Isso é inaceitável num ambiente democrático. A eleição passou, o resultado foi proclamado e isso está muito longe de um questionamento democrático ou de uma livre manifestação. O patrimônio histórico foi depredado, repartições públicas invadidas. Dinheiro do povo, do contribuinte, foi desperdiçado e será gasto para reconstrução desse patrimônio", disse.
Ele também afirmou que se reúne, nesta segunda-feira (9), com a Frente Nacional dos Prefeitos, de forma virtual, para emitir um posicionamento oficial sobre os atos terroristas. "É preciso investigar e punir com o rigor da lei, para que nunca mais, na história do nosso Brasil, a gente tenha um ato criminoso, um ato terrorista como esse. Isso é inaceitável", declarou João Campos.
TRE
O Tribunal Regional Eleitoral divulgou uma nota e prestou solidariedade e apoio irrestritos ao STF, ao Poder Executivo federal e ao Congresso Nacional. A instituição repudiou os atos, que chamou de “intolerantes, inaceitáveis e antidemocráticos praticados contra os poderes da República Federativa do Brasil legitimamente constituídos”.
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Em nota assinada pelo desembargador André Guimarães, presidente do TRE no estado, o tribunal declarou que tem a convicção de que vão ser tomadas as medidas legais contra os responsáveis pelo atentado.
Consórcio Universitas
O Consórcio Universitas, formado pelas universidades e institutos federais de Pernambuco, também emitiu uma nota de repúdio, em que lamentou profundamente os atos de vandalismo ao patrimônio nacional e à democracia. No texto, pediu a imediata apuração e devida punição a todos os participantes, financiadores, apoiadores e articuladores dos atos terroristas.
A nota também considera os atos como “criminosos, inaceitáveis e imperdoáveis, orquestrados e coordenados por aqueles que não aceitam o resultado das urnas, buscando destruir o patrimônio público, ferir a soberania popular e violar o estado democrático de direito”.
MPPE
O Ministério Público de Pernambuco também repudiou os atos ocorridos no domingo (8) e disse que as cenas de vandalismo demonstram a não aceitação do resultado de eleição ocorrida dentro da lei e de forma democrática, fiscalizada pelo Ministério Público Eleitoral. O texto é assinado pelo procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Marcos de Carvalho.
O órgão reafirmou o compromisso constitucional, estando certo de que as instituições da República adotarão as medidas necessárias para identificar e punir os responsáveis pelos atos antidemocráticos.
Terrorismo em Brasília
Pessoas em invasões ilegais em prédios de Brasília durante o domingo (8)
Foto: Adriano Machado / Reuters
Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Até o fim da noite do domingo (8), pelo menos 300 pessoas haviam sido presas.
As sedes dos três poderes foram destruídas em um ataque sem precedentes na história do Brasil. O presidente Lula (PT) decretou intervenção na segurança do Distrito Federal, e o ministro Alexandre de Moraes afastou o governador Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias.
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Embora a ação terrorista tenha sido convocada publicamente ao longo da semana em redes bolsonaristas, inclusive com promessas de transporte grátis e alimentação, as autoridades do DF não agiram preventivamente.
Invasores do Palácio do Planalto obsevam o exterior durante atos de vandalismo em Brasília
Foto: Adriano Machado/Reuters
A Polícia Militar do Distrito Federal foi criticada por se omitir. Vídeos mostram policiais conversando com bolsonaristas e filmando a invasão do Congresso. Alguns policiais foram agredidos.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a prioridade é identificar quem financiou os atos. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Ministério Público Federal a abertura de uma investigação.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, afirmou que os terroristas serão julgados e punidos de maneira exemplar. A Polícia Federal instalou um gabinete de crise para identificar os terroristas.
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