Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, é preso pela Lava Jato

Ele é acusado de liderar grupo que desviou cerca de 220 milhões de reais em contratos de obras com diversas empreiteiras

Sérgio Cabral, em uma imagem de 2010. FABIO POZZEBOM AG. BRASIL

EL PAÍS

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira pela Operação Lava Jato. Ele é acusado de liderar um grupo que desviou cerca de 220 milhões de reais em contratos com diversas empreiteiras para obras no Estado. A ex-primeira dama Adriana Ancelmo, esposa de Cabral, também está sendo investigada e foi levada coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF no Rio.

Nesta operação, os policiais federais cumprem 38 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além de Cabral, o ex-assessor Wagner Jordão Garcia, e o ex-secretário de Governo Wilson Carlos também tiveram prisão decretada. Ainda não se sabe se Cabral ficará preso em Curitiba, ou no Rio de Janeiro.

A operação deflagrada foi um desmembramento da Lava Jato, batizada de Operação Calicute. Ainda assim, o juiz Sérgio Moro participou ativamente: a 13ª Vara Federal de Curitiba expediu mais 14 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária, além daqueles expedidos pela Vara do Rio. 

A Polícia Federal afirma que a investigação identificou "fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, incluindo um ex-governador do Estado do Rio de Janeiro". São investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros.

Sérgio Cabral é o segundo ex-governador do Rio preso no período de pouco mais de 24 horas. Na manhã desta quarta, Anthony Garotinho foi detido na Operação Chequinho, acusado de liderar esquema para compra de votos por meio de um programa social.

A prisão de dois ex-governadores aumenta a convulsão política vivida no Estado. Na tarde desta quarta, poucas horas depois de Garotinho ser detido, centenas de pessoas foram reprimidas pela Polícia Militar enquanto protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Rio, no centro da cidade.
Os manifestantes, em sua maioria servidores públicos, eram contrários a um pacote de medidas de ajuste que seria votado na Casa naquele momento.

Eleito em 2006 e reeleito em 2010, Cabral é o símbolo do auge e da derrocada do Rio de Janeiro. Cumpriu mandato até 2014, quando deixou o Governo pela porta dos fundos, publicando uma breve carta de renúncia. Pretendia ser candidato ao Senado ou à Câmara naquele ano, mas acabou não disputando nenhum dos cargos. Quem assumiu o Estado foi seu vice, o atual governador Luis Fernando Pezão, também do PMDB.

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