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Mostrando postagens com o rótulo Tereza Cruvinel

A desilusão mandou recado neste domingo, por Tereza Cruvinel*

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Há um sentido muito claro no fracasso das manifestações convocadas para este domingo, 26, por MBL, Vem Pra Rua e outros movimentos que fizeram grandes atos no ano passado a favor do impeachment: amplos setores da classe média desiludiram-se com o golpe que apoiaram e entenderam o sentido retrógrado do governo Temer. Também da elite econômica vieram mensagens de decepção. Algumas foram expressas ao próprio Temer num encontro com representantes do PIB na noite de sexta-feira. O comparecimento aos atos chamados pela direita variou de 200 a 300 pessoas nas principais capitais, inclusive no Rio e em São Paulo. Embora isso não signifique que estes setores arrependidos estejam dispostos a engrossar o “Fora Temer”, a comparação do fracasso de hoje com o êxito dos protestos contra Temer e suas reformas, realizados no último dia 15, por iniciativa das centrais sindicais e movimentos sociais, aponta para um indiscutível mudança na conjuntura das ruas. Mais de um milhão de pessoas participara

Devagar com o andor das ilusões sobre a lista Janot, por Tereza Cruvinel*

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Tenho lido por aí que as delações da Odebrecht e a lista de Janot são um horror mas são portadoras de esperança. Horror porque revelam que toda a elite política, desde sempre, foi alugada por empresários. Que a corrupção é uma prática geral e antiga e não foi inventada pelo PT. Mas, dizem editoriais e colunas, o mar de lama traz a esperança de mudança na cultura e nas práticas políticas, elevando a qualidade da nossa democracia um tanto fake. Quando os políticos e as eleições eram comprados, temos um simulacro de democracia. Contra estas ilusões, é preciso atentar para as consequências da lista de Janot. Segundo os melhores conhecedores do STF, nenhum dos nomes listados, se denunciado, será julgado antes de quatro anos. Não é a condenação ou a prisão dos envolvidos que produzirás mudanças no sistema político, claro. O que move uma sociedade é a consciência de seu povo, e o nosso está sentindo a ficha cair. O golpe, agora está bem claro, foi mesmo uma tentativa de salvar tod

Temer e o jogo de cena no TSE

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Por Tereza Cruvinel, em seu  blog : Não nos iludamos. O que está em curso no TSE, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, é um espetáculo farsesco destinado a manter Temer no governo, seja pela absolvição, seja pelo decurso de prazo para as providências de sua substituição. O país continuará sendo sangrado pela instabilidade e a incerteza mas, como no golpe, dane-se o país. A ação da Polícia Federal nas gráficas que trabalharam para a campanha Dilma-Temer não é indicativa de que o TSE pretenda ir fundo nas investigações e endurecer no julgamento, condenando Dilma, já deposta, e cassando Temer, o que levaria à sua substituição por um presidente biônico, eleito pelo Congresso. Ou, na melhor hipótese, à realização de eleições diretas, se a pressão popular compelir o Congresso a aprovar uma das emendas constitucionais que preveem diretas mesmo faltando menos de dois anos para o fim do mandato. Muito pelo contrário, a diligência nas gráficas vem ao encontro do plano B de Michel T

O incêndio do Rio e as medidas contra seu alastramento

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Por Tereza Cruvinel Ventos semeados, estão aí as tempestades. Receando que os protestos dos servidores do Rio ganhem força com a prisão do ex-governador Sergio Cabral e a revelação da roubalheira que ele comandou, e se espalhem como rastilho de pólvora pelo país, o governo quebra cabeça para evitar a quebradeira geral dos estados. Se outros governadores forem obrigados a tomar medidas impopulares como as tentadas no Rio por Pezäo, o caldeirão pode sopitar. E chegará a Brasília, logo que o governo aprovar a PEC 55 e apresentar a reforma da previdência, que mexerá com os mortais do INSS mas também com os funcionários favorecidos pelo regime de aposentadoria com salário integral. Como os fascistas que invadiram o plenário da Cämara näo foram castigados, os deputados que se cuidem.  A fórmula palaciana de socorrer os estados com parte dos R$ 100 bilhões que o BNDES pagou antecipadamente ao Tesouro (deixando de utilizá-los em ações para reanimar a economia) foi vetada pelo mini

Congresso e Judiciário perto da trombada

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Por Tereza Cruvinel, em seu  blog : Alguns fatos desta semana elevaram novamente a temperatura entre o Congresso e o Judiciário, reforçando receios (e possibilidades) de um choque mais sério entre os dois poderes, estabelecendo uma crise institucional real. Há duas semanas o conflito mudou de patamar, com a invasão do Senado pela Polícia Federal para prender policiais legislativos, e com a decorrente troca de farpas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a presidente do STF, Carmem Lúcia. A ofensiva foi do Judiciário. Agora é o Legislativo que responde ao fogo com algumas iniciativas: a retomada do projeto sobre abuso de poder, a instalação da comissão sobre super salários, os ensaios para introduzir mudanças no projeto do Ministério Público de “dez medidas contra a corrupção”, que podem incluir uma anistia aos que praticaram o caixa dois, e a proposta de uma lei sobre acordos de leniência que desagrada profundamente o comando da Lava Jato. Nesta sexta-feira, com as reações

Silvio Costa: “Cunha preso é o começo do fim do governo Temer”

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Por Tereza Cruvinel Silvio Costa, como vice-líder do Governo Dilma, foi o primeiro deputado a enfrentar Cunha em seus tempos de onipotência, o primeiro a dizer que mesmo derrubando Dilma, o então presidente da Câmara iria para a cadeia. Hoje, logo após a prisão de Cunha, ele voltou à tribuna para fazer nova profecia: “Assim como eu sempre disse que por ser bandido ele terminaria preso, digo agora que neste dia 19 de outubro começou o fim do Governo Temer. Acostumado a viajar pelo mundo hospedando-se nos melhores hotéis, a frequentar restaurantes premiados, a viver no luxo e no conforto, Cunha não resistirá a fazer um acordo de delação premiada. Por isso o consumo de tranquilizantes aumentou tanto nas últimas horas, tanto nesta Casa, entre alguns deputados, como no Palácio do Planalto”. Silvio Costa desafiou também os partidos que se aliaram a Cunha para aprovar o impeachment da ex-presidente Dilma a saírem em defesa dele na hora de sua prisão: - Vocês do PSDB, do Democra

Dilma sacudiu as consciências, por Tereza Cruvinel

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É possível que Dilma não tenha virado votos com seu comparecimento ao Senado mas é certo que mexeu com algumas consciências no plenário e com a vastidão do imaginário popular em relação ao processo. O discurso, a firmeza, a disposição para o debate, o preparo intelectual, tudo somou para fazer de sua apresentação um ato de estadista, ainda que seja o último como presidente da República. A inarredável caracterização do impeachment como golpe parlamentar, sintonizado com a nova realidade da América Latina, que não comporta mais as velhas quarteladas, pode não ter mudado a correlação de forças, mas semeou desconforto entre seus algozes. Eles sabem que, mesmo ganhando a guerra para tirá-la do cargo, perderam a disputa pela narrativa desta tragédia grega. Se algum dos institutos de pesquisa se dispuserem a perguntar ao povo como vêm o processo, é quase certo que a maioria apontará o impeachment como um golpe aplicado pelos adversários de Dilma, de Lula e do PT. O que ela deixou em

A bolsa-empresário e o desmonte da EBC

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Por Tereza Cruvinel O capitalismo brasileiro tem aversão ao risco e adora uma boquinha. Segundo publicou a Folha de S. Paulo, os cinco principais programas de estímulo à indústria brasileira vão consumir, em isenções fiscais, R$ 52 bilhões até o final do ano. E tudo indica que os beneficiários não cumpriram as contrapartidas, tais como investimentos, atualização tecnológica e inovação. Simplesmente embolsaram o que deixaram de pagar em impostos. Já os cerca de R$ 500 milhões destinados à EBC para fazer comunicação pública e governamental, o governo provisório acha um absurdo e ameaça fechar a empresa para evitar “gasto supérfluo”. Estes programas de incentivo industrial foram implantados por Dilma e é claro que não deram os resultados esperados. Nestes, nem a desoneração da folha de pagamento, que custava R$ 25 bilhões/ano e a própria Dilma, no ajuste de Levy, tratou de reduzir, embora a bondade, agora menor, continue existindo, apesar do alegado déficit previdenciário. Se

Qual é a Polícia Federal de que o Brasil precisa?

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Por TEREZA CRUVINEL* A saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça deveria servir a um debate construtivo, se isso existisse no Brasil, sobre a Polícia Federal de que o Brasil precisa. Tal debate passaria pelos limites da independência do órgão, questão que está na raiz dos conflitos entre o ministro e seu partido, e outras atribuições de uma Polícia Federal necessária, que deve combater a corrupção mas também servir às diretrizes do governo no combate a crimes como tráfico de drogas, de armas, de bens da biodiversidade etc. Hoje, divulgada a saída do ministro, a entidade que congrega os delegados federais emitiu nota em que se dizem “extremamente preocupados”, temendo que a troca de titular na Justiça ameace a independência da PF nas investigações. A nota é um reconhecimento tácito de que sob Cardozo houve independência total, ou quase, porque no final ela diz que o próximo objetivo da PF é obter a completa autonomia financeira em relação ao Ministério da Justiça

Os perigos da quarta-feira para Dilma

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Chegando de Nova York a presidente Dilma terá pela frente uma quarta-feira perigosa, em que problemas diversos podem desaguar na sessão em que o Congresso apreciará dois vetos a projetos que criam despesas bilionárias. Um concede aquele reajuste polpudo aos servidores do judiciário. Outro estende a todos os aposentados do INSS o reajuste anual do salário-mínimo. Bombas que o Congresso armou e precisam ser desarmadas. Para conseguir da base aliada os votos para a manutenção dos vetos, Dilma não pode cometer qualquer erro no trato de duas questões: terá de sancionar a lei eleitoral sem vetar a nova regra para mudança de partido (contrariando o ministro Kassab, que pediu o veto para viabilizar seu projeto de PL) e terá que se acertar com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, sobre a reforma ministerial. A eventual derrubada destes dois vetos, verdadeiros atentados ao ajuste fiscal, teria uma repercussão econômica imediata e imprevisível, certamente danosa. O reajuste do Ju

SÍLVIO COSTA: TCU NÃO TEM AUTORIDADE PARA JULGAR CONTAS DE DILMA

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Deputado federal e vice-líder do governo, Sílvio Costa (PSC-PE), destacou em discurso na Câmara as denúncias que envolvem o tribunal de contas na Operação Lava Jato; em delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, revelou que pagava R$ 50 mil por mês ao advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz, para que passasse a ele informações de interesse da empreiteira; em outra denúncia, revelou ter comprado uma decisão do TCU favorável à licitação da usina de Angra 3; "O TCU não estará em condições de fazer este julgamento [das contas da presidente Dilma] enquanto não forem esclarecidas as denúncias que atingem pelo menos dois de seus ministros", disse Sílvio Por Tereza Cruvinel   Em discurso ontem na Câmara, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), vice-líder do Governo, questionou a autoridade do TCU para julgar e recomendar a rejeição das contas do Governo Dilma. "O TCU não estará em condições de fazer esta julgamento enquanto não forem

INTOLERÂNCIA E ÓDIO SÃO 'NOVAS DOENÇAS TROPICAIS'

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A jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, analisa fatos ocorridos nesta semana, que, na avaliação dela, "borram" a imagem do Brasil, país "habitado por um povo cordial, que se miscigenou livremente e sempre se pautou pela tolerância para com a diferença, seja de credo, raça ou convicção política"; "Os surtos autoritários de elites minoritárias só confirmavam o que na maioria era traço do caráter nacional", diz ela; neste contexto, ela cita o mico que se transformou a viagem do senador Aécio Neves e um grupo de parlamentares a Caracas; a pichação contra o apresentador Jô Soares, por causa da entrevista que realizou com a presidente Dilma Rousseff, e a pedrada dada em uma garota porque vestia roupas brancas do candomblé Tereza Cruvinel A cada semana alguns fatos borram a imagem do pais tropical, bonito por natureza e habitado por um povo cordial, que se miscigenou livremente e sempre se pautou pela tolerância para com a diferença, seja de c

ESQUECIDA, ZELOTES JÁ DEU PERDAS IGUAIS À LAVA JATO

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As perdas de recursos da União com o esquema de propinas no CARF/Receita Federal, onde empresas e bancos pagaram propinas para ter multas e impostos reduzidos, já chegam a R$ 6 bilhões e podem alcançar R$ 19 bilhões, equivalentes às da Petrobras, observa a colunista do 247 Tereza Cruvinel; "Entretanto, a Operação Zelotes, que investiga o esquema do CARF, vem sendo esquecida pela mídia, pelo Congresso e pelos udenistas de plantão", critica a jornalista; "A Polícia Federal e o Ministério Público Federal apuram fatos que podem configurar crimes de tráfico de influência, corrupção, advocacia administrativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Por que eles merecem menos atenção que os crimes cometidos pelos investigados pela Lava Jato?", questiona Tereza. Por Tereza Cruvinel As perdas de recursos da União com o esquema de propinas no CARF/Receita Federal, onde empresas e bancos pagaram propinas para ter multas e impostos reduzidos, já chegam a R$ 6 bi