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Dia do que mesmo?

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Hoje é 14 de fevereiro! É Dia dos Namorados nos EUA. Comprem flores para quem vocês amam Leandro Karnal , O Estado de S.Paulo Hoje é dia do bom bispo São Valentim, o que significa, em países acima do Equador, Dia dos Namorados. Momento ainda de frio intenso por lá, é dia de trocar cartões com amados e amadas, bem como com todas as pessoas que nos sejam caras. Nada melhor do que ser amado no inverno, quando tudo convida ao contato dos corpos e às juras feitas sob edredom. O inverno é amigo da mais aconchegante posição do sono celeste dos apaixonados: a conchinha. No Brasil, a moda foi introduzida por uma campanha publicitária levada adiante pelo pai do atual prefeito de São Paulo. Há controvérsias, como sempre, mas parece que a campanha para a loja Exposição Clipper explorou a véspera do dia de Santo Antônio para preencher um mês ruim de datas e de compras. Assim, com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”, começou um movimento crescente que tornaria o dia 1

Suruba é coisa séria, por Xico Sá*

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Do  EL PAÍS Todo bacanal, mesmo no período carnavalesco, exige o mínimo de ética, ao contrário do que pensa 'mãe Jucá' Suruba é coisa séria, mesmo durante o período carnavalesco —etapa em que o brasileiro normal, diga-se, menos faz sexo . Sim, dana-se a organizar a nossa desunida gente em  blocos, bloquinhos, troças, cordões e os seus “pavorosos abre-alas” , como bem definiria o cronista João do Rio ainda na bagunça carioca do madrugador 1906. No aspecto sexual, o ciclo momesco é uma farra de amadores com marchinhas ingênuas sobre o drama capilar dos zezés e os boletins meteorológicos de alás e alalaôs. O “evoé Baco” para valer não depende deste feriadão barulhento. Deixa quieto. Tratemos, pois, da seriedade surubística. O peemedebista Romero Jucá, líder do Governo Temer no Senado. AGÊNCIA SENADO Toda suruba, aqui considerando os bacanais improvisados de fim de excursões da meia idade, tem um mínimo de ética e etiqueta. Há inclusive uma excessiva organização

Aumentamos tanto a comunicação que ela corre o risco de se tornar irrelevante

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As conversas privadas Por Leandro Karnal No Estadão Leandro Karnal Um deposto presidente da Câmara dos Deputados colocava a mão na boca ao falar com alguém. Era uma maneira de evitar leitura labial. As conversas privadas devem ser blindadas pelo sussurro ou barreira física. Não sabemos o que falava, mas, pelo andar da carruagem, não seriam salmos de louvor ao Criador. Todo diálogo reservado aguça nossa curiosidade. Há notáveis conversas privadas em história. Lembrarei algumas. A primeira marca o encontro entre dois líderes da unificação italiana. De um lado, Giuseppe Garibaldi, herói de dois mundos, guerreiro de camisa vermelha que entrara como um furacão no Sul da Itália e, vencendo batalha após batalha, assustava o reacionário papa Pio IX. Seus ideais eram mais republicanos do que monárquicos. Do Norte, vinha a figura majestática da casa de Savoia, patrocinadora do movimento. Vítor Emanuel II é a coroa piemontesa aspirando a ser monarca de toda península. São model

As rondas ostensivas da patrulha ideológica, por Leandro Karnal

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Às vezes escrevo um texto e já imagino a reação. Para esse vinha a música: who let the dogs out? Eis o artigo do Estadão de hoje. As rondas ostensivas da patrulha ideológica Dizem que o criador da expressão foi Cacá Diegues, em entrevista no Estadão. Patrulha ideológica referia-se à perseguição da esquerda a seus filmes. O pensamento patrulheiro ficou vasto e variado. Os militantes das rondas percorrem as ruas da internet e da imprensa. É uma forma de censura. Ela existe entre conservadores e esquerdistas, entre ateus e religiosos, entre apreciadores de carménère e de cabernet sauvignon. Quando eu era jovem, alguns patrulheiros diziam que não se podia ler Gilberto Freyre. Era, claro, uma patrulha ideológica. A questão não era dizer que Casa Grande e Senzala deveria ser vista com ressalvas históricas. A postura era do índex inquisitorial: você não pode ler! Reafirmarei sempre, em todos os lugares: um texto pode ser conservador e genial, como o de Edmund Burke ou o d