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Minha vida em um país vacinado

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Viver em Israel é neste momento a coisa mais parecida com saborear um futuro que se assemelha à antiga normalidade, anterior à pandemia. O correspondente do EL PAÍS visita os cenários deste novo encontro social, acessíveis apenas com o salvo-conduto da vacina. Um dilema ético no Estado mais avançado do planeta em imunização, onde a covid-19 está encurralada. Por enquanto Atmosfera no clube Barby, uma sala de espetáculos no bairro de Florentin, em Tel Aviv, durante o show do cantor e compositor de hip-hop Atar Meiner. EDWARD KAPROV / EPS Juan Carlos Sanz El País “Não teríamos reunido tantos milhares se não fosse pela vacinação.” Ao pé do Muro das Lamentações, Itay Peuli, de 35 anos, celebra com estas palavras, como se fossem de uma oração, um novo começo. De família judia de origem iemenita, ele se destaca com uma capa branca em meio aos casacos negros dos ashkenazim e sorri satisfeito no evento mais massivo realizado em Jerusalém desde o início da pandemia . Eu também estou surpreso co

Brasil já perdeu mais profissionais de enfermagem para o coronavírus do que Itália e Espanha juntas

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Desde o início da crise, 73 trabalhadores brasileiros foram mortos pela covid-19. Falta de equipamentos de proteção e manutenção de idosos em atendimentos de doentes contribuem para a alta mortalidade GIL ALESSI El País A enfermeira Carla Mileni Siqueira dos Santos (de óculos vermelho), 49,  com parte de sua equipe, em uma foto de arquivo. Coube à enfermeira veterana Carla Mileni Siqueira dos Santos, 49, colher o material para exames da primeira pessoa com suspeita de covid-19 na pequena cidade de Rondon do Pará (PA), em meados de março. A situação era assustadora: uma doença sem cura, sobre a qual pouco se sabia, em um hospital modesto de um município de 52.000 habitantes. Com mais de 20 anos de profissão, Carla fez aquilo que sempre fez ao longo da carreira : tranquilizou a paciente, uma idosa, e calmamente realizou o protocolo para testagem da doença. Mesmo tomando todos os cuidados, dias depois ela própria adoeceu. Ficou alguns dias em isolamento em casa, mas a

Flávio Dino: “Bolsonaro não dirige nem o Governo dele. Quer demitir Guedes, Moro e Mandetta e não pode”

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O governador do Maranhão assinou manifesto pedindo a renúncia de Jair Bolsonaro. Em entrevista ao EL PAÍS, tece elogios ao Ministério da Saúde, mas se refere ao presidente como “irresponsável” FELIPE BETIM El País O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) DIVULGAÇÃO (CUSTOM_CREDIT) Desde o fim do Carnaval, quando a pandemia de coronavírus anunciava sua chegada ao Brasil, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de 51 anos, vem correndo para abrir hospitais e aumentar o número de leitos de UTI. Até o momento são 150 a mais, exclusivos para receber pacientes infectados pela Covid-19 . No plano nacional, Dino se uniu aos demais governadores para pedir auxílio ao Governo Federal. Em entrevista ao EL PAÍS por telefone na semana passada, ele teceu elogios ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), mas se referiu ao presidente Jair Bolsonaro como “irresponsável”, “totalmente alheio à realidade”. Dino assinou ainda, no dia 30 de março, junto co

Nunca um presidente foi tão vulgar com uma mulher. Espere o efeito bumerangue

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O ataque de Bolsonaro à repórter Patrícia Campos Mello vai ajudá-lo a definhar a partir de agora num Brasil onde 52% do eleitorado é feminino e que não vai mais voltar atrás em sua luta pelas mulheres O presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, no último dia 4 de fevereiro. ADRIANO MACHADO / REUTERS (REUTERS) CARLA JIMÉNEZ El País Os covardes machistas podem fingir que não são covardes machistas, mas em algum momento eles se revelam. E não há momento mais oportuno para os atores públicos do Brasil mostrarem que não o são, longe de serem coniventes com a baixaria empreendida pelo presidente Jair Bolsonaro contra a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo , na manhã desta terça-feira. Num país em que 52% do eleitorado é feminino, deputados e senadores deveriam ficar alertas. Eles têm a grande oportunidade de mostrar que não vão deixar a vulgaridade assumir o Brasil, rasgando todo e qualquer senso de decência do Estado em relação a uma mulher, deix

“Racismo acontece de uma forma não dita. Aí reside a sordidez”. A dor do preconceito em primeira pessoa

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A convite do EL PAÍS, três brasileiros negros relatam dias de seu cotidiano neste mês de novembro e mostram como o preconceito atravessa até os afazeres mais comuns. “Dois brancos me abordaram e perguntaram onde comprar maconha. Acho que queriam saber se eu tinha para vender” Kaylan Werneck Ramos da Silva, 19, Evie Barreto Santiago, 46  e Gustavo Domingues de Oliveira, 27 GUSTAVO DOMINGUES DE OLIVEIRA|EVIE BARRETO SANTIAGO|KAYLAN WERNECK RAMOS DA SILVA Salvador / São Paulo / Rio De Janeiro O fosso que separa brancos de pretos e pardos no Brasil pode ser medido por números . É neste segundo lado, composto por 55,8% dos brasileiros, que estão os menores salários, a maior quantidade de desempregados, a maior taxa de analfabetismo do país, e onde crianças morrem mais por causas que poderiam ser evitadas se tivessem tido acesso a um sistema de saúde adequado. Mas por trás das estatísticas está o dia a dia, o cotidiano de milhões de brasileiros que enfrentam e reflete