Médicos da rede municipal do Recife entram em greve e suspendem serviço ambulatorial

De acordo com sindicato, movimento atinge postos de Saúde da Família e Centros de Apoio Psicossocial (Caps). Urgências, partos e vacinação estão mantidos. Prefeitura informou que adesão ficou em torno de 40%.

Por G1 PE

Médicos da rede municipal do Recife entram em greve por melhores salários

Os médicos da rede municipal de saúde do Recife entraram em greve por tempo indeterminado, na manhã desta quinta-feira (18). De acordo com a prefeitura, nas primeiras horas do movimento, a adesão ficou em torno dos 40%. A administração municipal informou que não houve fechamento de unidades. Urgências, partos e vacinação não foram afetados e as consultas ambulatoriais prejudicadas serão remarcadas. (Veja vídeo acima)

De acordo com o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, o movimento tem como objetivo paralisar os serviços ambulatoriais em postos de Saúde da Família e em Centros e Atendimento Psicossocial (Caps). Segundo o sindicato, a rede da capital pernambucana tem cerca de 1.500 médicos. Por dia, os postos de Saúde da Família atendem 5 mil pessoas.

Os médicos informaram que a paralisação foi deflagrada para cobrar à Prefeitura do Recife melhorias em cinco questões principais: segurança, salários, infraestrutura de unidades, readequação de pessoal, além de reposição de medicamentos.

Tadeu Calheiros disse que em 2017, a prefeitura não concedeu reajuste salarial à categoria. “Nós pedimos aumento de 6% ao ano, durante cada ano da atual gestão”, observou. O médico cobrou melhorias em algumas unidades. "Temos postos com mofo e infiltrações. E alguns funcionam em conteineres", acrescentou.

Ele ressaltou que outras reivindicações não foram atendidas pela administração municipal. “Fizemos cinco paralisações são longo dos últimos meses. Foram movimentos de 24 horas e até de cinco dias de suspensão. Faremos uma avaliação do movimento na próxima quinta-feira (25)”, comentou.

Letícia Melo foi prejudicada pela greve dos médicos do Recife, nesta quinta-feira (18) 
(Foto: Wagner Sarmento/TV Globo)

Prejudicados

Por causa da paralisação dos médicos, pacientes ficaram sem atendimento na manhã desta quinta-feira (18). O problema foi registrado por quem esteve no Centro de Saúde Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, na área central da capital.

A faxineira Letícia Melo estave na unidade e relatou que precisava marcar um exame para possibilitar a realização de uma cirurgia. "Disseram que estão em greve e que não vou poder fazer a marcação. Vou ter que juntar dinheiro para tentar atendimento particular", lamentou.

Luciana Almeida também foi afetada pela greve. "Tentei marcar um preventivo de câncer e deixei de trabalhar. Não tem ninguém aqui no posto e dissream que estão de greve", afirmou. Para ela, a situação é absurda. "A gente passa muito tempo esperando atendimento e fica sabendo que não vai ter médico, de surpresa", acrescentou.

Resposta

Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que realizou diversas reuniões de negociação com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e continua aberta ao diálogo. A administração municipal ressaltou que profissionais tiveram ganhos cerca de 10% acima da inflação, desde 2013.

A prefeitura disse, ainda, que foram nomeados 767 novos médicos no período. Com relação às condições de trabalho, a administração municipal informou que realizou, em cinco anos, R$ 200 milhões de investimentos nas unidades de saúde.

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