Cuidado com o que vem de baixo.
O que vem de baixo, não me atinge! (Dito Popular)
Alguma vez já afirmamos isso, mas será que não atinge mesmo?
A expressão nada mais afirma que,
as pedras lançadas por alguém, em nível inferior, não abala aquele que está em nível
superior. Mas será que isso é uma verdade? Para respondermos a esta pergunta, se faz necessário levar em conta algumas
considerações.
Imaginemos uma árvore frutífera, alguém lança-lhe pedras, a fim de subtrair-lhe os frutos, bem verdade que a árvore não
deixará de dar seus frutos, ano após ano, mas as pedras lançadas lhe causam
danos, por vezes, irreparáveis.
Muitas pedras lançadas vão a esmo outras, porém, atingem com força o alvo e deixam sequelas que duram muitos
anos para cicatrizarem.
O fato de darmos atenção a um
ataque que vem de algo inferior já mostra, com clareza, que o que vem de baixo
nos atinge sim. É preciso entender que, mesmo sendo mentiras ou ataques sem
provas, esses trazem muitos males, principalmente por vivermos em um tempo em
que todo tipo de informação é lançada nas redes sociais sem o mínimo de pudor ou respeito à dignidade
humana.
No livro de Cantares de Salomão
temos a seguinte expressão: Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem
mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor. (Cânticos 2:15).
A preocupação não era para com os
animais de grande porte, por que as cercas impediam que esses se aproximassem
da vinha, mas o que preocupava o agricultor eram os filhotes de raposas, que
por serem pequenas, e correndo entre as parreiras, derrubavam as flores e sendo
assim, faziam minar a produção de frutos, tão importantes para a colheita. As raposinhas,
mesmo sendo pequenas e estando embaixo, faziam mal as vinhas. O que vem de
baixo pode prejudicar e muito a produção de um trabalho e o suor derramado para
execução do mesmo.
Hoje as grandes empresas preocupam-se
muito com o que as pessoas falam de seus produtos, mesmo aquelas que, a
princípio, parecem ter pouca influência, essas empresas gastam fortunas com
equipamentos e programas que informam a cada segundo o que se fala acerca de
seus produtos em toda a grande rede. Muitas vezes um comentário informal
reflete o que o povo diz acerca de tal produto e isso reflete sobre o nome da
empresa. Somos vigiados ao menor comentário feito na internet, comentários que,
digam-se de passagem, por vezes bobos ou inofensivos, mas como o que prejudica
são as pequenas raposas, essas empresas cuidam de tirá-las do caminho.
Um comentário sobre algo que fizemos
ou que deixamos de fazer faz com que fiquemos alegres ou tristes, animados ou
desanimados, com desejo de prosseguir ou estagnamos de vez. O que vem de baixo
pode mexer com a nossa psique, que segundo Carl G. Jung, está relacionada ao
pensamento, sentimento intuição e sensação. (https://sociologialiquida.wordpress.com/2015/07/08/psicologia-os-4-lados-da-bussola-da-psique/).
Se formos atingidos nessa área, já era, o que vem de baixo nos pegou em cheio,
tornando-nos presa fácil de nosso próprio ego.
Não dar importância ou fazer de conta
que não vemos ou não nos importamos com o que nos atiram é o mesmo que ficarmos
à mercê de novos ataques e aí vem as perguntas: Será que suportaremos outro
ataque? Será que a árvore apedrejada suporta essa agressividade todos os anos
sem ter prejuízo? Poderá haver um dia em que não suportaremos mais as constantes investidas, e poderemos acabar por sucumbir, e assim aquilo que parecia não
ter importância, poderá trazer prejuízos irreparáveis.
Talvez o orgulho não nos deixe
ver que as pequenas coisas podem nos prejudicar. Ignorar isso é como permitir
que cavem nossa sepultura, estando nós ainda vivos. Por mais ínfimas que sejam
é preciso tratar e curar antes que seja trade demais.
Portanto cuidado, as constantes
pequenas coisas podem nos trazer grandes prejuízos.
*Dário Gomes de Araujo é
Evangelista e atual gestor da Assembleia de Deus em são José do Egito.
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