Centrão cobra cargos e ameaça travar Previdência
Temer enfrenta protesto na abertura do ENAEX. Crédito: Fábio Motta/Estadão
Do Estadão
Líderes partidários mandam recado a Michel Temer: não pretendem retomar as articulações para votar a reforma da Previdência até que o governo reorganize a base aliada.
Parlamentares do Centrão e até mesmo do PMDB querem que o Planalto redistribua cargos que estão nas mãos de 'infiéis' (que votaram pela admissibilidade da denúncia contra o presidente).
Integrantes do bloco informal se dizem dispostos até a paralisar ou derrotar a agenda econômica que tramita no Congresso. O primeiro alvo seria a MP que cria o Refis, programa de parcelamento de dívidas.
Temer nega ser refém do Centrão, mas a pressão continua: 'Decidimos não votar (...) Só retomaremos o diálogo quando o governo se comunicar melhor e resolver quem é base', afirmou o líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL).
A ideia de elevar impostos também enfrenta resistências, inclusive entre peemedebistas, como destaca a Coluna do Estadão. O governo, que recuou no IR, estaria estudando outras medidas - como tributar lucros e dividendos.
Parlamentares, que agora se dizem pouco animados com 'novas indisposições com o eleitorado' para votar matérias impopulares, focam mesmo nas mudanças para 2018.
A comissão especial da Câmara, por exemplo, que discute reforma política, aprovou a criação de um fundo público para financiamento de campanha e a mudança do sistema eleitoral para o chamado 'distritão'.
Por esse modelo, que também venceu na Câmara por 17 votos a 15, os candidatos mais votados seriam eleitos para o Legislativo. De acordo com uma pesquisa da UFRJ, o novo sistema 'desperdiçaria' 30 milhões de votos. Vamos ficar de olho?
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