Para Tadeu Alencar, licença do PSB pode ser alternativa para Fernando Filho

Deputado federal acredita ser possível que o ministro continue no Governo,mas sem representar o PSB

Por: Márcio Didier
Do Blog da Folha

Deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) - Foto: Rafael Furtado/Folha PE

Em meio aos desencontros entre a direção do partido e a bancada do PSB na Câmara em relação ao Governo Michel Temer, o deputado federal Tadeu Alencar (PE) avaliou que a legenda sairá “unida e melhor” desse processo.

Apesar de afirmar que quem não concordar com a linha do partido, o parlamentar ponderou que o ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, não precisa deixar a sigla, mas acrescentou que ele poderia pedir uma licença da legenda enquanto estivesse no cargo.

“Se ele entende que deve continuar, que o Governo que está aí tem a confiança da sociedade, ele deve continuar. Agora, ele não pode continuar representando o PSB no ministério. Ele pode se licenciar. É uma saída. Por que não?”, posicionou-se Tadeu Alencar, sobre o ministro, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7.

O parlamentar socialista lembrou o caso da hoje deputada federal Luiza Erundina. Em 1993, ela foi convidada pelo então presidente transitório Itamar Franco para ser a ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal. Contrariando a posição do PT, legenda à qual pertencia Erundina. Uma das diferenças dos casos é que foi o PT a suspendeu de todas atividades partidárias por um ano.

“(Erundina assumiu) em circunstâncias diferentes, porque o governo tinha a confiança da população. Acho que pode ser uma solução. Mas friso que é uma situação bem diferente do Governo Itamar”, ponderou o socialista.

A posição do parlamentar socialista segue a linha adotada pelo governador Paulo Câmara, que nessa quinta-feira (25) defendeu uma solução negociada para que Fernando Permaneça no partido e no ministério.

Tadeu também criticou a postura da líder da sigla na Câmara, Tereza Cristina (MS), que por mais de uma vez contrariou a posição da direção nacional, principalmente em relação às reformas do presidente Michel Temer. Na última quarta-feira (24), a líder socialista classificou de “baderneiros” os manifestantes que protestavam contra as reformas na Esplanada dos Ministérios.

Condenando firmemente a postura dos que atacaram os prédios dos ministérios, Tadeu acrescentou, no entanto, que não pode colocar todos na mesma vala. Segundo ela, a “imensa maioria” estava ali para protestar contra as reformas.

“A líder, ao invés de estar defendendo um decreto presidencial (que autorizou o uso das Forças Armadas no Distrito Federal) que foi revogado pelas suas impropriedades, ela deveria estar defendendo a posição do partido”, criticou Tadeu, acrescentado que quando ela fez uma referência à decisão do partido que “mais parece um ônus”.

Sobre o decreto editado na quarta-feira (24), que determinava o uso das Forças Armadas para defender a Capital Federal até o próximo dia 31, Tadeu Alencar o classificou como “equivocado”, e que caberia apenas à Polícia Militar cuidar da segurança na manifestação.

“Foi claramente equivocado. Durou 24 horas e felizmente o bom senso prevaleceu. O decreto foi ruim até para o Governo. Trouxe uma pauta que, agora, tem que ficar se explicando”, avaliou o parlamentar.

Sobre o Governo de Michel Temer, Tadeu Alencar acredita que ele não continuará no cargo, mas acredita que ele não renunciará. Se essa fosse a solução, ele acredita que o caminho seria eleição indireta.

No entanto, ele voltou a defender a aprovação da PEC do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que prevê eleições diretas para presidente. Tadeu lembrou que se for aberto o processo de impeachment contra o presidente Temer, a tramitação do processo coincidirá com a o tempo de aprovação da PEC.

Sobre o perfil do eventual sucessor de Temer, que levaria o País até as eleições de 2018, o socialista afirma que o principal requisito é que seja um nome que uma o Brasil.

“Não pode ser de um partido ou de outro, aumentando a tensão no Brasil, essa divisão, essa intolerância. Tem que ser alguém que pacifique, que dialogue com os dois lados, e que se comprometa om a agenda mínima. E não com a agenda máxima de reforma. Uma agenda mínima para levar o Brasil até 2018. Aí sim você tem um grande debate sobre o futuro do País”, pontou Tadeu Alencar, à Rádio Folha FM, 96,7.

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