REESCREVENDO A NOSSA HISTÓRIA – POR MANOEL RAMOS E JONAS FRUTUOSO (JONINHAS)

PARTE II
ANTÔNIO BURGOS – FATO REAL, LENDA OU FOLCLORE.
MAS, AFINAL, SERIA ESSA HISTÓRIA UMA LENDA, FOLCLORE OU FATO REAL.
  
    Com todo respeito aqueles que um dia tentaram contar a nossa história, algo me parece minimamente estranho. Quando leio no texto (“Antônio Burgos foi um fidalgo português do século XVIII, e um dos primeiros desbravadores da região do Alto Capibaribe ...”) tenho um forte sentimento de que possa ter havido um viés de vaidade, e para negar ou obscurecer as reais e legítimas famílias fundadoras da Vila de Santa Cruz.
Observa-se no final do parágrafo 2 da Publicação Wikipedia a baixo, que o “fidalgo doente aportou na antiga povoação existente”. Como pode ser pioneiro e desbravador se chegou a uma povoação já existente? Como um fidalgo doente chegaria a uma povoação e ninguém da sua comitiva é citado na história? Como não existe até o presente um único registro, da tradição oral ou escrita, de qualquer pessoa que tenha sido escravo ou membro dessa família? A omissão de registros é tal que até parece coisa de alienígena. Como um doente escolheria ficar tão distante do maior e melhor centro médico da época? Isso precisa ser evidenciado para que possamos ratificar como fato histórico a suposta chegada do fidalgo doente à antiga povoação às margens do Ipiranga.
É curioso que o Antônio Burgos só começa a ser citado no Distrato hipotecário da escritura da propriedade do território de Santa Cruz. Entretanto, para um homem doente é estranho que tenha chegado às margens do Ipiranga no Sec. XVIII estimando entre 1750 a 1780, digamos com 25 a 30 anos de idade na época, tenha sobrevivido entre 88 e 113 anos, ser testemunha aceita e assinar o distrato em 26-jun-1863, Sec. XIX ao lado de sua mãe. Como esse homem tão surreal não deixou registros de sua passagem pelos nossos sertões?)
Quem tinha mulher entre os herdeiros foi citado. Logo, deduz-se que Antônio Burgos não tinha mulher.
O nome do nosso herói só aparece “completo” duas vezes no documento. 
Fica claro que o terreno não foi comprado diretamente de Antônio Burgos, ele foi apenas herdeiro comum entre os irmãos, conforme consta do documento.
Conversei com João A.L. Bandeira de Melo em 2016, descendente da família do Ex. Gov. Herculano Bandeira de Melo, que fez a gentileza de pedir uma busca na árvore genealógica da família, mas nada foi encontrado a respeito de Antônio Burgos até o presente.

Foi postado na enciclopédia livre Wikipedia o texto abaixo:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antônio Burgos foi um fidalgo português do século XVIII, é um dos primeiros desbravadores da região do Alto Capibaribe.
Segundo consta, Antônio Burgos, recém-chegado ao Recife foi a conselho médico, levado a procurar terras de clima salubre. Então, margeando o rio Capibaribe desde o Recife, na confluência do riacho Tapera com o rio Capibaribe aportou na antiga povoação existente.
Sua primeira preocupação foi erguer no local uma grande cruz de madeira, a exemplo dos seus patrícios chegados ao Brasil em 1500, daí se originando o atual nome de Santa Cruz do Capibaribe que foi elevada à categoria de município pela lei nº1818, de 29 de dezembro de 1953.
Resolvendo estabelecer-se, ergueu uma casa de taipa para sua moradia e uma capela também de taipa onde depositou imagens sagradas que trouxera consigo, inclusive um crucifixo de madeira, em construção rústica de taipa, em frente a capela.

História[editar | editar código-fonte]

Sua história remonta a 1750, quando o português Antônio Burgos, que por recomendações médicas procurava um local que favorecesse sua saúde, construiu uma cabana de taipa para se alojar com sua família e escravos na confluência do rio Capibaribe com o riacho Tapera.
O seu nome se origina da grande cruz de madeira que colocou em frente a uma capela que mandou construir próxima a sua casa, a partir da qual teve início o povoamento. O crucifixo é conservado até hoje na igreja matriz.
O distrito de Santa Cruz foi criado pela lei municipal nº 2, de 18 de abril de 1892, subordinado ao município de Taquaritinga. Pelo decreto-lei estadual nº 952, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Santa Cruz passou a denominar-se Capibaribe e o município de Taquaritinga a denominar-se Taquaritinga do Norte. Foi elevado à categoria de município com a denominação de Santa Cruz do Capibaribe, através da lei estadual nº 1818, de 29 de dezembro de 1953, data anualmente comemorada.
Parte 2 (Dados copiados da Transcrição, por Jonas)

Conforme citado na Transcrição de 04 de janeiro de 1901, oficial do Reg. João Barbosa de Souza. “Do Original em poder de Sr. Severino Cordeiro de Arruda, em 27 de janeiro de 1863, foi Escriturada a quitação de venda de algumas partes da propriedade de Santa Cruz sita em Taquaritinga.

 Vendedores:

 D. Francisca da Cunha Bandeira de Melo, filhos e genro no 27-jan-1863 em Recife-PE, em sua casa demorada, na rua Imperial da freguesia de S. José, e estavam presentes:
 Seu filho José Félix Pereira Borges (*Seria Burgos?) e sua mulher, Leonila Gomes de Almeida Borges (Seria Burgos?), o seu cunhado procurador Joaquim Pessoa César da Cunha e sua mulher, D. Francisca da Cunha Bandeira de Melo, D. Ana da Cunha Bandeira de Melo, D. Mariana da Cunha Bandeira de Melo, D. Maria da Cunha Bandeira de Melo, D. Joana da Cunha Bandeira de Melo, residentes na mesma casa. A primeira nomeada, viúva do finado João Carlos Pereira Burgos Pena de Lion, todos quitadores do comprador José Francisco Cordeiro de Arruda, morador no terreno e comarca do Brejo.

Testemunhas nomeadas e assinadas: ... sendo feito venda efetiva em 22-ago-1862 a José Francisco Cordeiro de Arruda por 4$200.000, sendo de D. Francisca da Cunha Bandeira de Melo, metade de todos as partes vendidas. As outras partes conforme inventário de seu finado pai João Carlos Pereira de Burgos Pena de Lion, pelo juízo de órfãos da comarca de Sto. Antão, ...

-Distrato hipotecário em 26-jun-1863.
Testemunhas presentes no distrato e quitação: Antônio Carlos Pereira de Burgos Pena de Lion e Justino Martins Correia de Melo.
Outorgaram e assinaram:
D. Francisca da Cunha Bandeira de Melo,
*José Félix Pereira de Burgos (???),
Leonila Gomes de Almeida Burgos,
Mariana da Cunha Bandeira de Melo,
Ana da Cunha Bandeira de Melo,
Joana da Cunha Bandeira de Melo,
Helena da Cunha Bandeira de Melo,
Carlos Pereira de Burgos (seria o Antônio?)
Antônio Correia Gomes d’Almeida,
Joaquina Bandeira de Melo Gomes Almeida,
José Francisco Cordeiro de Arruda,
Antônio Carlos Pereira de Burgos Pena de Lion (assina 2 vezes?)
- Da transição e transmissão
Adquirente: Capitão José Francisco Cordeiro de Arruda.
Transmitentes:
Francisca da Cunha Bandeira de Melo,
José Félix Pereira de Burgos e sua mulher Leonila Gomes de Almeida Burgos,
Joaquim Pessoa César da Cunha e sua mulher, Francisca da Cunha Bandeira de Melo Pessoa,
Ana da Cunha Bandeira de Melo,
Mariana da Cunha Bandeira de Melo,
Maria da Cunha Bandeira de Melo,
Joana da Cunha Bandeira de Melo,
Carlos Pereira de Burgos,
Antônio Correia Gomes d’Almeida e sua mãe Joaquina Bandeira de Almeida,
Moradores do município de Recife ou Vitoria.

Contrato de transmissão de posse
Taquaritinga 03-jan-1901
... fica em aberto para os questionamentos...

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