CALERO CONFIRMA QUE GRAVOU TEMER. E AGORA?



Ex-ministro da Cultura Marcelo Calero confirmou, em entrevista à jornalista Renata Lo Prete que será exibida neste domingo 27 no Fantástico, que gravou suas conversas com o presidente Michel Temer, em que é pressionado a interferir na liberação da obra do edifício La Vue, no centro histórico de Salvador, onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima tem apartamento na planta; o fato de ter tentado "arbitrar um conflito" entre Geddel, que usava o cargo em defesa de interesses pessoais, e Calero, que resistia às investidas, já o enquadra em crime de responsabilidade; em sinal da gravidade da crise, Temer e os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Renan Calheiros (PMDB), darão entrevista coletiva conjunta na tarde deste domingo; devem falar sobre veto a eventual anistia ao caixa 2 e tentar passa a imagem de que Temer ainda teria "governabilidade" no Congresso

247 - O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero gravou mesmo uma de suas conversas com o presidente Michel Temer sobre as pressões que vinha sofrendo do ex-ministro Geddel Vieira Lima para derrubar o embargo do Iphan ao gabarito de prédio em Salvador onde Geddel tem apartamento na planta no valor de R$ 2,4 milhões.

Calero confirmou a existência da gravação em entrevista à jornalista Renata Lo Prete, que será exibida neste domingo, 27, pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Em sinal da gravidade da crise, Temer e os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Renan Calheiros (PMDB), darão entrevista coletiva conjunta na tarde deste domingo. Devem tratar da agenda parlamentar, explicitando que, apesar da crise aberta pelo caso Geddel em seu governo, Temer continua tendo "governabilidade" no Congresso. O Senado vota a PEC 55, que fixa teto para o gasto público por 20 anos, na terça-feira. Num esforço para recuperar sua avaliação moral depois do caso Geddel, Temer poderá anunciar que vetará a anistia ao caixa dois se o Congresso aprova-la, antecipando o enterro da matéria.

Quanto à gravação, uma vez confirmada, acabará vindo a público. Ainda que Temer não tenha dito nada de comprometedor, como afirmam aliados, o fato de ter tentado uma conciliação entre Geddel, que usava o cargo em defesa de interesses pessoais, e Calero, que resistia às investidas, já o compromete. No mínimo, ele violou o inciso terceiro do artigo nono da lei 1.979/50, que regulamenta os processos por crime de responsabilidade.

"Não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição" é uma das condições que sujeita o presidente da República a processo por crime de responsabilidade. Vale dizer que justifica a abertura de processo de impeachment.

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